domingo, 31 de outubro de 2010

Garçom incompetente recebe mais do que 10% da Lu

Acordei bem hoje, depois de uma discussão feia com um garçom, ontem, num jantar com a Lu. O cara atendeu a gente mal pacas, demorava e ainda trazia coisa errada. Eu, que não sou de ficar reclamando, puni o cara na hora da conta. Não paguei os dez por cento! O cara ficou fulo da vida e só faltou me matar. Enfim, não sei por que me prolonguie tanto, falando desse idiota. Isso já é passado, e eu vou à praia agora com a Lu:

Lu: Alô.

Adalberto: E aí, bonitona, tá pronta?

Lu: Oi?

Adalberto: Vamos a la playa?

Lu: Ah, a gente combinou isso ontem, né?

Adalberto: Foi. Já sei que acabou de acordar. Mas não tem problema. Eu tô saindo de casa agora. Passo aí em 40 minutos.

Lu: Tá.

Adalberto: Beijo!

Lu: Adal!

Adalberto: Fala, baby.

Lu: Eu tinha combinado com o zelador daqui do prédio pra me ajudar a enfeitar a casa pro Natal.

Adalberto: Ah, não. Eu já fiz um pacto com vocês. Ninguém pode começar a viver o clima de Natal antes do meu aniversário.

Lu: Ai, garoto, para com essa bobeira.

Adalberto: Não é bobeira. É que dá impressão de que o ano tá acabando, meu aniversário passou e eu só fiquei mais velho. Se é pra ser assim, não vou ficar mais velho, pronto. É bom que eu paro no tempo com 29 anos. Pra vida toda.

Lu: Ai, garoto bobo. Passa a comemorar o teu aniversário em março. Tá resolvido?

Adalberto: Não. Eu gosto de novembro.

Lu: Tá bom. Mas eu tenho que cortar o cabelo igual ao da Mayana Moura, então, antes de ir à praia.

Adalberto: Hã?

Lu: É que, depois, o salão fica cheio.

Adalberto: Eu não vou compactuar com isso. Você também quer ficar com a cara da Playmobil?

Lu: Não fala assim dela.

Adalberto: Quando ela mudar o corte de cabelo, eu e o Brasil inteiro paramos de falar assim dela.

Lu: Mas eu quero cortar o cabelo daquele jeito.

Adalberto: Não quer nada. Eu não vou deixar. Vou praí agora te amarrar no pé da mesa.

Lu: Não!

Adalberto: Então, se arruma logo e vamo à praia, porra.

Lu: Adal, eu posso chamar a Heidinha?

Adalberto: Ah, não, Lu. Essa garota é muita chata. Só fala de coisa triste. Eu sempre vou pra casa chorando, quando converso com ela, com pena de alguma derrota que ela contou. Depois da discussão feia de ontem, à noite, quero um pouco de paz. Tô indo aí. Beijo.

E deliguei o telefone, sem esperar ela inventar mais um empecilho pra não ir à praia. Mas meu celular tocou em menos de um segundo:

Adalberto: Fala, cachorrinha.

Lu: Adal, não vem.

Adalberto: Por quê?

Lu: Porque não.

Adalberto: Porque não, não é resposta.

Lu: É, sim.

Adalberto: Não é resposta pra alguém da sua idade.

Lu: Mas eu passei a ter 15 anos agora.

Adalberto: Não pode.

Lu: Você não disse que vai ficar com 29 anos a vida toda?

Adalberto: Bobagem. Coisa de criança.

Lu: Eu tô menstruada.

Adalberto: Mentira. Você falou ontem que só ia menstruar daqui a duas semanas.

Lu: Eu trouxe o garçom pra casa.

Adalberto: Hã?!

Lu: Eu trouxe o garçom pra casa, Adal.

Adalberto: Mas eu te deixei em casa.

Lu: E eu peguei meu carro, busquei ele e dormimos juntos.

Adalberto: Lu, não tô acreditando nisso. O cara atendeu a gente mal, quis me matar, porque eu não paguei os dez por cento e você ainda leva o cara pra casa.

Lu: Bobagem. Coisa de adolescente. Ah, ele é um gatinho, vai.

Bati com o telefone na cara dela. Só pra fazer um charme. Não fiquei com raiva dela. Nem um pouco. Das minhas primas, eu espero tudo. Tudo. Mesmo assim, elas conseguem me surpreender. Por essa, eu não imaginava. A Lu acabou dando muito mais do que os dez por cento pro garçom.

Vou à praia sozinho. Fui!

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Marjorie sofre sequestro de não dar inveja

Meu cunhado foi trabalhar na Citroen. Isso faz eu me lembrar do dia que eu e a Marjorie fomos fazer um test drive no C3. Ela estava cismada com esse carro. Durante o trajeto, que inicialmente, seria em volta do quarteirão, fortes emoções nos eperavam:

Marjorie: Ele é muito gostoso de dirigir, Adal.

Adalberto: É mesmo?

Mattos: É muito bom esse carro.

Marjorie: Me fala mais, então, dele, Mattos.

Mattos: Meu amor, esse carro dispensa palavras. Olha que maravilha. Vamo voltar agora lá pra loja pra preencher a documentação e, no mais tardar em dois dias, ele vai ser completamente seu.

Marjorie: Oba! Quer dirigir um pouquinho, Adal?

Adalberto: Ai, não, obrigado.

Marjorie: Por que "ai, não, obrigado" e não apenas "não, obrigado"? Não gostou?

Adalberto: Não. Quer dizer, não isso. Gostei. Gostei muito.

Marjorie: Então, eu vou parar aqui no acostamento e você vai levar o carro, sim.

Adalberto: Ai, meu Deus...

Mattos: É bom que se você gostar, já leva um também.

Não sei por quê, mas eu estava com mau pressentimento. Tanto que mal consegui passar a marcha:

Marjorie: Isso é câmbio automático, garoto. Já quer destruir o carro, que eu ainda nem comprei?

Adalberto: Prima, na boa, você sabe que eu não curto muito dirigir. Toma aqui a chave...

Nisso, um cara mega mal encarado se materializa do meu lado:

Ladrão: É um assalto. Me dá isso aqui.

Mattos: Moço, por favor, faz qualquer coisa com a gente, mas não destrói esse carro. Ele ainda nem foi vendido.

Aí, acabou toda a simpatia da Jojô com o vendedor.

Marjorie: Como assim faz qualquer coisa com a gente? Destrói essa porra desse carro, mas me deixa viva. Eu e o meu primo. Com esse aí, você faz o que quiser.

Ladrão: E eu quero saber de homem? Sai todo mundo do carro. Você fica, gatinha.

Adalberto: Moço, por favor, deixa a minha prima...

Ladrão: Quer morrer? Sai!

Adalberto: Ah, tá.

Fui à delegacia com o Mattos, fazer denúncia do roubo e do sequestro. Estávamos desesperados.

No caminho, lembrei que durante um tempo na minha vida, eu eu queria muito ser sequestrado. Tive um amigo do catecismo, da Igreja Católica, o Yanny, que foi sequestrado e, quando a família pagopu o resgate e ele voltou pra casa, parecia que ele era uma celebridade. Na igreja, fizeram até festa pra ele. Eu queria aquilo pra mim também. E pedia muito a Deus pra que também fosse sequestrado. Da mesma maneira que o Yanny. Igualzinho. Mas isso jamais me aconteceu.

No dia seguinte, estávamos eu, Ane, Lu e Sara, entre uma Ave-Maria ou Pai-Nosso -- não lembro exatamente -- quando recebemos a tão esperado ligação do bandido da Marjorie. Ele ligou pro celular da Lu. Medo!

Lu: Quanto? 50 mil? E o cu? Vai querer raspado?

Nisso, a Lu teve um acesso de riso, que deixou a gente meio que nervoso. Eu, particularmente, não sabia se aquilo era muito bom ou muito ruim. Não tinha como existir meio termo.

Depois de horas rindo -- não chegou nem a um minutos, mas meu nervosismo interpretou como horas --, descobrimos que quem tem uma Lu na família não morre pagão:

Lu: Tu é um viadinho mesmo, hein. Tinha que roubar logo a carro com os meus primos dentro?

A Lu é amiga do bandido!

Lu: Passa o telefone pra essa cagona. Vai continuar dizendo que eu tenho que rever as minhas amizades? Te livrei de uma, sua cachorra. Vem aqui pra casa da Ane. Tá todo mundo aqui. Não. O tio Beto foi levar a tia Neide no hospital. A pressão dela foi a mil, quando soube que você foi sequestrada. Hã? Ai, vem logo pra cá, garota. Pega o dinheiro do táxi com o Suvaco. Eu estudei com ele. Ai, vem pra cá, que eu te conto tudo. Beijo.

Adalberto: Eu não estou acreditando nisso.

Sara: Nem eu.

Ane: Muita sorte, né?

Adalberto: É? É... Até que é, sim.

Lu: Claro que é. O Suvaco é apaixonado por mim. Se eu contar pra você o que esse homem já fez por mim, vocês caem pra trás. Eu estudei no prezinho, a tia Neide conhece a mãe dele, Adal. Já teve até Linha Direta com ele. Ele casou com uma piranha lá de Engenho de Dentro, mas me ama até hoje. Aquele cordão bonito que eu tenho de ouro com uma pedrinha vermelha foi ele que me deu. Sabe no dia da festa do Dia das Bruxas do ano passado, quando faltou luz? Aquilo foi tudo coisa dele. Vocês acreditam que ele foi capaz de...

A Lu não parou mais de falar. A minha mãe chegou do hospital com o meu pai, o Oswaldo chegou do trabalho, minha irmã, o Eduardo e o Diego também foram pra lá ver a Marjorie, mas a falação da Lu, sobre as suas aventuras com o Suvaco, foi tanta que conseguiu ofuscar o retorno da Marjorie. A gente estava tão entretido nas histórias, que mal cumprimentamos ela. Esse sequestro não foi tão legal como o do Yanny. Assim, eu não quero.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Sara celebra o seu Dia da Mentira em pleno outubro

A Sara me ligou ontem pra me dar uma semi ótima notícia:

Sara: Arrumei um emprego.

Adalberto: Que legal, Sarita. Onde?

Sara: Numa empresa de engenharia.

Adalberto: Na sua área?

Sara: Não. A vaga é pra recepcionista, mas eu tenho possibilidade de entrar no Meio Ambiente.

Adalberto: Ah, bacana. Quando você começa?

Sara: Nunca.

Adalberto: Como assim?

Sara: Eu não vou entrar nesse trabalhio.

Adalberto: Por que? Não achou legal ficar como recepcionista?

Sara: Achei. E nem ia fazer questão de entrar no Meio Ambiente. Prefeiro ficar o dia todo sem fazer nada.

Adalberto: Então, porque não aceitou?

Sara: Porque eu falei que o meu nome é Mara.

Adalberto: O quê?

Sara: Quando liguei pra me informar sobre a vaga, descobri que as três recepcionistas que trabalham lá se chamam Mônica, Márcia e Michele, e que a vaga que surgiu era porque a Mirela tinha sido promovida.

Adalberto: E aí você chegou a conclusão louca de que eles só contratam pra recepção mulheres que têm o nome com a letra M?

Sara: É.

Adalberto: E agora?

Sara: Agora, eu perdi o emprego, porque uma das coisas que o meu ex-futuro chefe falou que ela abomina é a mentira. Que ele não perdoa. Por mais boba que ela seja.

Adalberto: Ele tá certo. Mas é uma pena, né? Fiquei triste agora?

Sara: Triste por que, Adal? Eu não te liguei pra lamentar. Eu tô feliz. Consegui um emprego. Fazia anos que não ia a uma entrevista, e vi que eu não tô enferrujada. Se um dia eu precisar, eu tenho condição de conseguir um trabalho. É pra ficar feliz.

Adalberto: Ah, então, tá. Tô morrendo de felicidade agora.

Sara: Que bom. Eu sei que você torce por mim.

Adalberto: Aliás, eu não tô cabendo em mim mesmo de tanta felicidade. Vamo sair comemorar o seu quase futuro novo emprego?

Sara: E você acha que eu tô teligando pra quê, garoto? A Lu tá vindo me buscar pra gente ir pra casa da Ane. Elas fizeram uma festinha pra mim.

Adalberto: Sério?

Sara: Pra que é que eu ia mentir?

Pra conseguir um emprego, ora.

Adalberto: Sei lá. Vou tomar um banho e já saio de casa. Dez minutinhos.

Sara: Beijo.

E viva o Dia da Mentira! Que assim como o Dia do Amigo, Dia das Mães, Dias dos Pais, Dia Internacional da Mulher, Dia das Crianças têm uma data específica, mas nada impede que eles sejam celebrados em durante todo o ano.

sábado, 9 de outubro de 2010

Filha de ex-namorado da Ane deixa aprendizado para a vida

Eu cheguei meio atrasado pra almoçar com a Ane no shopping, mas ela estava tão compenetrada numa conversa com uma menina de, no máximo 13 anos, que fiz o máximo para não incomodar:

Adalberto: Licença.

Ane: Peraí, Adal, não atrapalha.

Apesar disso, me sentei à mesa com elas, porque eu não sou palhaço e não saí de casa à toa.

Lia: Tipo assim, cara, você tem que se valorizar mais.

Ane: Eu sei, mas como?

Lia: Eu não fico ligando pro Andrei toda hora. E, quando eu quero falar com ele, eu dou um toque no celular dele e ele me retorna. Eu não vou ficar gastando cartão do meu celular pré-pago pra falar com homem.

Ane: Mas o meu celular é de conta.

Lia: Amiga, com homem a gente tem que se impor. Não importa se o celular é de conta ou de cartão.

Eu fiquei tão embasbacado com o que estava ouvindo, que até esqueci de pedir a comida.

Adalberto: Vou pedir uma saladinha.

Ane: Adal. Um segundo.

Adalberto: Tá. Um segundo. Passou. Garçom!

Fiquei comendo, enquanto ouvia os conselhos da mais nova amiga de infância da Ane:

Lia: Eu acho que ele gosta de você, sim, mas a partir do momento que você impede ele de ser ele mesmo, você impede que ele goste de você.

Ane: Como assim?

Lia: O meu pai gosta de você de verdade, mas é do jeito dele. Ele não vai abrir a porta do carro pra você, não vai te dar flores, não vai pagar a conta do motel sozinho, não vai lavar a louça da tua casa, não vai te ajudar a fazer compras de mês, não vai te levar pra jantar em restaurante legal, não vai querer ter filhos com você, não vai querer morar na tua casa...

A cara de decepção da Ane era nítida.

Ane: Mas eu tenho como inverter essa situação? Não dizem por aí que o amor transforma?

Lia: Cara, Ane, o teu problema é que você já tem muito definido pra você o que é o amor. O amor é "eu tô contigo, gosto de você e tamo junto pro que der e vier". É claro que o meu pai tem como virar um paga-pau teu. Tem. Mas isso é com o tempo, cara. Vocês só estão há duas semanas juntos.

Ane: Mas você acredita nisso?

Lia: Cara, o meu pai já é homem calejado. Mas, assim, você tem que ser a água mole na pedra dura.

Ane: Ai, Liazinha, eu quero mais objetividade. Por exemplo, ele não fala comigo desde ontem. E, ontem, só falou, porque eu liguei. Eu ligo pra ele?

Lia: De jeito nenhum. O Andrei ficou um dia sem me ligar e sabe o que eu fiz?

Ane: O quê?

Lia: Fiquei o recreio inteiro, conversando com os meninos da minha turma. Ele ficou pra morrer. E eu caguei solenemente pra ele.

Ane: Mas eu não estudo com o seu pai. Não tem como eu fazer isso.

Lia: Amiga, vai pro bar da esquina lá de casa, fica conversando com os bêbados. Quando o meu pai passar, ele vai morrer de ciúme. Aprende com quem sabe.

E a Ane fez isso. Fomo eu e ela prum bar lá no Irajá, na esquina de onde o Ediuéliton mora. Estava rolando um pagode e ela era a mais rebolativa de todas. A Lia se encarregou de subir e botar o plano em prática: contar pro pai que viu a Ane, se acabando no samba na esquina do prédio deles.

Quinze minutos, meia-hora, uma hora, uma hora emeia. Duas horas e nada.

Ane: Adal, não aguento mais sambar. O meu salto já tá gasto, o meu tornozelo foi prosaco e cadê esse homem?

Adalberto: Eu tô achando engraçado. Por tudo o que eu tô vendo aqui, pra mim, já valeu o programa.

As calças com tarracha prata, os apliques de cabelo, as unhas com o esmalte descascando, os blusões abertos na metade, os sapatos brancos, os cordões de ouro, os os cordões de prata, os dentes de ouro, as obturações de dente prata... era tudo muito bom!

Ane: Eu preciso ir embora. Aquele coroa barrigudo.

Adalberto: Qual? O que estava dançando com você?

Ane: Isso. Ele acabou de dizer que só vai embora daqui, quando me comer.

Adalberto: Um bom motivo pra você ligar pro Ediuéliton. Ele pode te tirar dessa.

Ane: Você acha?

Adalberto: Claro. Liga pra ele.

Ane: Meu celular tá descarregado. Me empresta o teu?

Adalberto: O meu tá sem área aqui. Nextel é uma bosta.

Ane: Vamo lá na casa dele?

Adalberto: Acho que, aí, já é demais.

Ane: Vamo comigo, Adal. Eu preciso dizer pra esse homem que eu o amo.

Adalberto: Bora, então.

Lá, demos de cara com a Lia.

Ane: Amiga, não aguento mais esperar. Preciso dizer pro teu pai que eu o amo. Você falou com ele?

Lia: Falei.

Ane: E ele?

Lia: Ele quer matar você. Ligou pra favela e parece que tem um cara armado indo lá pro bar dar tiro em geral.

Ane: Como assim? E você não me avisa?

Lia: Eu dei um toque no teu celular, mas deu desligado.

Adalberto: Vambora daqui!

A Ane ficou sem palavras, a Lia ficou com a cara de idiota que ela já tem e, que fiquei morrendo de medo de morrer, puxei minha prima pelo braço e descemos pela escada do sexto ao térreo. Até agora me pergunto por que não fomos de elevador. Seria bem mais rápido.

Nunca mais tivemos notícias do Ediuéliton. Chegamos a comprar um jornal popular no dia seguinte, pra ver se tinha alguma notícia de assassinato em massa num bar de Irajá. E nada.

Outro dia, estávamos conversando sobre isso:

Ane: O Ediuéliton não acrescentou nada na minha vida, né, Adal?

Adalberto: Ele, não. Mas, graças à filha dele, você aprendeu que, com homem, é preciso se impor. Não importa se o celular é de conta ou de cartão.