terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Milionários por algumas horas

Eu estava me arrumando pra me encontrar com as meninas no último 31, quando descobri que fiquei milionário. O bilhete em que eu Ane, Lu e Marjorie marcamos nossas dezenas, da Mega-Sena da Virada, havia sido premiado. Liguei pra Marjorie cheio de lágrimas nos olhos.

Marjorie: Alô.

Adalberto: Alô? Como assim alô? Você tá rica. 

Marjorie: Mentira que a gente ganhou na Mega-Sena da Virada, primo?

Adalberto: Sim, sim, sim! Estamos podres de ricos! Agora, me diz onde a gente vai passar o réveillon? Aqui no Brasil mesmo? Acho caído. Não Japão são doze horas a mais ou a menos que aqui? 

Marjorie: A mais.

Adalberto: Droga! Se fosse a menos, dava tempo de ir pra lá.

Marjorie: Que tempo de ir lá, garoto? Não é jogo a gente pegar o bilhete primeiro, trancar num cofre e, no dia 2, no primeiro horário, ir receber essa grana?

Adalberto: O bilhete não tá com você?

Marjorie: Não, eu deixei na bolsa da Ane

Adalberto: Você é maluca? A Ane é toda destrambelhada! Não duvido nada que ela perdeu o meu bilhete premiado! Vou ligar pra ela agora.

E bati o telefone na cara da Marjorie.

Ane: Alô.

Adalberto: Alô, não! Você não sabe que a gente tá milionário? Cadê o bilhete premiado, Ane?

Ane: A gente ganhou na Mega-Sena?

Adalberto: Ganhamos. Cadê o bilhete?

Ane: Ué, tá na bolsa da Lu.

Adalberto: Mas a Marjorie disse que estava na sua bolsa.

Ane: A bolsa que eu estava usando no dia que nós jogamos é da Lu. Eu devolvi pra ela anteontem e esqueci de tirar o bilhete.

Adalberto: Beleza, tchau.

Liguei imediatamente pra Lu, sem nem dar tempo pra Ane comemorar a riqueza.

Lu: Alô.

Adalberto: É com essa voz de desânimo, que a mais nova milionária da praça atende telefone?

Lu: Primo não acredito? A gente ganhou na Mega-Sena?

Adalberto: Calma! Mais ou menos. O bilhete premiado tá na bolsa, que você emprestou pra Ane. Confirma aí que ele tá intacto, please.

Lu: Ai, Jesus, eu emprestei essa bolsa ontem pra Sara.

Adalberto: Nããããããããããããããããããããããããoooooooooooooooooooooooo!

Lu: O que é isso, garoto?

Adalberto: A Sara tem mania de limpeza. Ela joga tudo fora. Se ela jogou o nosso bilhete premiado fora, eu vou te responsabilizar por isso.

Bati o telefone na cara da Lu e liguei pra Sara.

Sara: Alô.

Adalberto: Sara, vai na bolsa que a Lu te emprestou e vê se tem um bilhete de Mega-Sena.

Sara: Primo, tinha uma papelada lá dentro. Eu joguei tudo fora.

Adalberto: Eu vou matar você!

Minha pressão foi às alturas, e eu fui parar na emergência do Lourenço Jorge

Quando acordei, as quatro estavam em volta da minha maca, num corredor lotado da unidade.

Marjorie: Primo, eu tenho uma coisa pra te falar.

Adalberto: Não sei se eu quero ouvir, Jojô. Tou com medo de morrer.

Lu: Calma, garoto, não é nada.

Ane: É que eu eu preenchi as suas dezenas erradas.

Adalberto: Como assim? 

Ane: Eu entendi errado.

Marjorie: Mesmo se a Sara não tivesse jogado o bilhete fora, a gente não ia ganhar, primo.

Adalberto: Alguém acertou as seis dezenas?

Marjorie: Um senhor de 80 anos, paupérrimo, lá do interior do Piauí.

Menos mau. 

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Papai Noel safado vai em cana na noite de Natal

Como um bom brasileiro, deixei para fazer as compras de Natal no dia 23 de dezembro. Fui a um shopping e gastei todo o meu salário do mês, o décimo terceiro e ainda botei algumas contas para janeiro, acreditando que seria o ganhador da Mega-Sena da Virada.

Saí de lá e fui direto para a casa da Sara, onde, no dia seguinte, aconteceria a ceia de Natal.

Sara: Oi, primo, tudo ?

Adalberto: Não.

Sara: O que houve?

Adalberto: Um velhinho, que me ajudou a carregar essas bolas até o meu carro, roubou o meu relógio. Acredita nisso?

Sara: Não. Você deixou um velho te roubar, Adal?

Adalberto: Eles estava armado. Disse que me mataria, se eu reagisse.

Sara: Ainda bem que você não fez nada.

Adalberto: Fiz um boletim de ocorrência na delegacia, só por desencargo de consciência. Vai que, né? Poxa, ele roubou o relógio, que eu mais gostava. Aquele que eu ganhei da promoção, do programa da Ana Maria Braga. Era exclusivo. Só existia ele no mundo. Se aquele velho safado não tivesse botado uma arma na minha cabeça...

Sara: Jesus! A velharada tá perdendo a linha. Hoje, mais cedo, quando fui contratar um Papai Noel pra vir aqui hoje, você acredita que ele ficou me paquerando? Me chamou de gostosa. Por pouco, não bati na cara dele. Respeitei a idade.

Adalberto: Como assim? O Papai Noel não vai ser o meu pai esse ano?

Sara: Ah, primo, não quero ficar dando trabalho pro tio Beto.

Adalberto: E contratou um Papai Noel safado? Meu pai vai ficar chateado. Ele adora ser o Papai Noel da nossa ceia.

Sara: O Papai Noel é safado, mas é velho. E barato. Agora, deixa eu te contar os presentes que eu comprei pras crianças. Me diz o que você acha. Pro Gero...

O telefone tocou, e eu agradeci a Deus por isso. Estava morrendo de sono e precisava tirar um cochilo, antes das pessoas chegarem.

Acordei três horas depois com a campainha. Levantei da cama com muito sacrifício.

Adalberto: Quem era, Sarita?

Sara: O Papai Noel. Ele foi se vestir.

Fiz cara de poucos amigos. Não estava gostando dessa ideia.

Adalberto: Meu pai já sabe, que você contratou um Papai Noel?

Sara: Falei pra ele.

Adalberto: Ele ficou triste?

Sara: Acho que não. Não pareceu.

Quando o Papai Noel safado saiu do banheiro, eu não acreditei no que vi: ele estava com o meu relógio exclusivo no pulso. Quis gritar, chamá-lo de ladrão, safado, bandido, cachorro, sem vergonha... Mas, em vez disso, peguei um facão, em cima da mesa da Sara, e apontei para o Papai Noel safado.

Sara: O que é isso, Adal?

Adalberto: Foi esse safado, que roubou o meu relógio. Olha ali no pulso dele. Liga pra polícia, Sara! Anda! Senão, eu te mato também.

Ameacei a Sara, só pra deixar o Papai Noel safado assustado. Queria que ele chegasse à conclusão de que eu não tenho coração, e seria capaz de matar a minha própria prima, caso fosse contrariado.

A Sara ligou pra polícia e eu encostei a faca na cabeça do Papai Noel safado. Ele ficou paradinho, chorando e me pedindo pra eu não mata-lo, porque ele ainda tinha que ver a família. Pura chantagem emocional natalina.

Vinte minutos depois, os policiais chegaram. Fiz questão de mostrar a cópia do meu boletim de ocorrência pra não dar chance de eles se comoverem com o Papai Noel safado.

Eles levaram o Papai Noel safado preso. E eu fui junto. Precisava recuperar o meu relógio.

Cheguei na casa da Sara quatro horas depois, exatamente à meia-noite, feliz por ver meu pai sendo, mais uma vez, o Papai Noel da família.

Feliz Natal para todos!

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Lu pega filho de Eike Batista e quase vira a subcelebridade do momento

Ontem, antes de ir pro trabalho, passei na casa da Lu pra pegar o meu laptop, que ela pegou emprestado há duas semanas e nunca me devolveu.

Tinha uma multidão de gente na porta do prédio dela. Achei estranho, mas jamais imaginei que teria alguma coisa a ver com ela.

Quando passei pelas pessoas, que estavam plantadas no portão do prédio, descobri que se tratavam de jornalistas.

Repórter 1: Oi, o senhor vai à casa da menina do 301?

Adalberto: Vou. Como é que você sabe?

Repórter 2: Há quanto tempo ela tá namorando o Olin?

Adalberto: Namorando? Minha prima desencalhou? Tá namorando com quem ela?

Repórter 3: O Olin Batista, filho do Eike Batista.

Adalberto: Não. Só pode ser piada, gente. Dos lugares que a minha prima frequenta, os filhos do Eike Batista passam longe.

Repórter 1: Ela tem interesse na cerreira artística?

Repórter 2: Pretende se tornar uma mulher-fruta?

Repórter 3: Tem histórico como maria-chuteira?

Adalberto: Ah, faça-me o favor! Me dá licença, gente.

Que falta de respeito! Subi pro apartamento da Lu cuspindo fogo.

Lu: Primo, eu tou morta. Cheguei quase agora da night.

Adalberto: Eu sei. a imprensa tá toda lá embaixo, atrás de você.

Lu: Como assim?

Adalberto: Lu, você ficou com o Olin Batista?

Lu: Eu? quem é essa pessoa?

Adalberto: O filho mais novo do Eike Batista com a Luma de Oliveira.

Lu: Por que você tá me perguntando isso?

Adalberto: Porque todos os jornalistas tão aqui no portão do teu prédio querendo saber.

Lu: Meu Deus, mas eu não fiquei com ninguém. Só dei um beijo numa bibinha.

Adalberto: Como assim?

Lu: Eu apostei com as minhas amigas que, quem não pegasse ninguém, beijaria uma bibinha que estava lá se fazendo de homenzinho.

Adalberto: E como era essa bibinha?

Lu: Loirinha, pele bem rosinha, nem baixa nem alta, cabelo liso boi lambeu, camisa e calça juntinha.

Adalberto: Cara, você me descreveu o Olin Batista.

Lu: Eu fiquei com o filho do Eike Batista, então?

Adalberto: Ficou.

Lu: Mas ele é gay?

Adalberto: Não, mas parece.

Lu: E agora?

Adalberto: Não sei. Só vim aqui buscar o meu laptop, antes que você ache que ele é seu.

Lu: Primo, para. Você vai ficar aqui pra me tirar dessa. Lá fora tá muito cheio?

Adalberto: Dá uma olhada ali, da janela.

Lu: Senhor, o que é isso? Adal, o que eu faço?

Adalberto: Não sei. Diz que você só dá entrevista pra Luciana Gimenez

Lu: Comeu banana? Tu acha mesmo que eu vou na Luciana Gimenez, dizer que eu peguei o filho do Eike Batista, achando que era uma bibinha?

Adalberto: Foge pelos fundos, então, e deixa uma carta, dizendo que você é a Eliza Samudio.

Lu: Tu tá maluco mesmo, né? Aí que não vão mais sair da porta da minha casa.

Adalberto: Lu, eu tenho que trabalhar.

Lu: Já sei, vem cá comigo.

A Lu me pegou pelo braço e me arrastou pra fora do prédio. Desci morrendo de medo.

Lu: Gente, chega aqui, por favor.

E todos os jornalistas se concentraram ao nosso redor.

Lu: Olha só, vocês devem ter feito confusão. Eu não fiquei com filho de Eike Batista nenhum. Eu fiquei com ele aqui.

Adalberto: Comigo?

Lu: Fiquei! Só que ele estava com a peruca loira, que ele costuma sair pra não ser reconhecido na noite. Aí, como estava tudo escuro, alguém deve ter achado que ele era o Eike Batista. Mas o nome dele é Adalberto, ele é casado e a mulher dele morre de ciúme.

Adalberto: O quê?

Lu: É isso mesmo! Você é casado há dez anos. Não se faz de louco, não? Agora, graças a vocês jornalistas, a pobre coitada da mulher dele vai descobrir tudo.

O pior de tudo é que todos os jornalistas acreditaram nela. E foram embora desolados, porque a "grande" notícia do dia não era "verdade".

Subi pro apartamento da Lu, querendo enterrar a minha cara no chão.

Adalberto: Você é retardada?

Lu: Desculpa, primo. Se eu contasse pra você, eu sei que você não ia deixar eu fazer isso.

Adalberto: Claro que não. Você bebeu? E agora? E a minha reputação?

Lu: Ha-ha-ha. Reputação? Você? Primo, faz o seguinte: liga pro teu trabalho, inventa mais uma dor de barriga e vamos encher a cara e, depois, você pensa na sua reputação.

O pior é que eu fiz o que ela mandou. E jamais voltei a me preocupar com a minha reputação. Mas com a ressaca, que resolveu me castigar feio...

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Sara esconde o jogo sobre maestria no quadradinho de oito

Fui, ontem, pegar o Oswaldo ao aeroporto. Ele estava voltando de uma viagem a trabalho, e eu não sei por qual motivo o moçoilo não pode pegar um táxi. Tive que madrugar para chegar às 7h no Galeão. A Sara, obviamente, estava comigo.

Adalberto: Não sei como eu consegui dirigir até aqui.

Sara: Você é o melhor do mundo, primo!

Adalberto: Ah, sou, claro. Nessas horas, eu sou sempre o melhor do mundo. Queria ver falar isso, quando me visse trocando uma lâmpada.

Sara: Mas você não sabe trocar uma lâmpada.

Adalberto: Sei, sim.

Sara: Ah, Adal, fala sério. Você não sabe fazer nada direito.

Adalberto: Ah, é Dona Sara? Vou voltar pra minha casa agora! Não sei o que eu tou fazendo aqui.

Sara: Tou brincando, garoto! Sabia que você ia fazer ceninha. Adoro quando você faz ceninha. Aliás, você é o melhor do mundo, quando faz ceninha, primo.

Adalberto: Ah, é? E você é a melhor do mundo em me usar como motorista.

Sara: Ah, vai jogar na cara, é?

Ainda bem que um daqueles carinhas chatos, que distribuem revistas no aeroporto, surgiu para acabar com o princípio de troca de farpas entre mim e a Sara.

Carinha chato: A senhora quer ganhar três revistinhas de brinde?

Sara: Ah, quero, sim.

Adalberto: Não, ela não quer, não.

Sara: Quero, sim, Adal.

Adalberto: Sara, você não sabe que, quando você aceita essas revistas, os caras obrigam você a preencher um cadastro, falando tudo da sua vida?

Sara: Ai, Adal, que exagero.

Carinha chato: Então, senhora? Via ficar com as revistinhas?

Sara: Vou, sim, querido. O que eu tenho que fazer. Só pegar da sua mão?

Carinha chato: Não, senhora. Preciso fazer um cadastrinho antes.

Adalberto: Viu...

Sara: Pois, não.

Que ódio!

Carinha chato: Vai demorar só uns cinco minutinhos.

Mentira! O cara começou perguntando nome, identidade, CPF, título de eleitor, carteira de trabalho, endereço, filiação, estado civil, queria saber se tinha filhos, quantos, os sexos, os nomes, onde nasceram, o peso das crianças, com quantos meses nasceu o primeiro dentinho...

Adalberto: É sério que é importante saber com quantos meses os meus afilhados deixaram de usar fralda?

Carinha chato: Senhor, eu sigo ordens.

Depois, ele começou a perguntar as capitais do Brasil, os presidentes que o país teve, após o regime militar, os nomes dos principais rios da região Centro-Oeste, fez umas questões de lógica e, quando ia aplicar um teste psicotécnico na minha prima, eu cheguei ao meu limite.

Adalberto: Sarita, meu bem, eu vou lá na praça de alimentação comer um salgado. Tou morto de fome.

Sara: Tá bom, vai lá, Adal. É o tempo do Oswaldo chegar de viagem. Depois, me encontra aqui.

Adalberto: Não, é melhor você, depois, me encontrar lá, não?

Sara: Tá ok, primo.

Comi cinco salgados: dois por fome mesmo e três por pura ansiedade. Aeroporto me dá ansiedade, não tem jeito. Bebi um guaraná normal, tomei um sorvete, chupei um drops de bala de menta inteiro, conversei com três amigos no WhatsApp, e nada da Sara. Voltei até o stand do carinha chato, com o objetivo de arrancá-la pelos cabelos, caso ela ainda estivesse por lá.

E pra minha surpresa, ela estava deitada no chão, fazendo o quadradinho de oito. Naquele momento, senti uma vergonha alheia absurda e uma vontade louca de virar uma ema e enfiar a minha cabeça no chão pra nunca mais tirar.

Adalberto: Sara, o que é isso? Quadradinho de oito no aeroporto, é isso mesmo?

Assustada com o meu esporro, ela se desequilibrou, e torceu o pescoço.

Sara: Ai! Ai, meu pescoço! Tá doendo muito, primo. Ai!

Adalberto: Vamos prum hospital agora. Menino, me ajuda aqui a pegar a minha, prima.

Carinha chato: Não posso, senhor. Isso é desvio de função.

Adalberto: Ah, é desvio de função? E esse seu teste de sobrevivência pra dar três revistas de brinde pra minha prima é o quê? Eu vou processar você!

Peguei minha prima no colo, aos prantos de dor, e a levei para o meu carro. Antes, tomei três revistas da mão do carinha chato.

Carinha chato: Senhor, o senhor não pode fazer isso! Ela fo reprovada no teste, não pode levar as revistas.

Adalberto: Ah, não? Então, se você quiser mesmo recuperar esse lixo, me ajuda a carregar a minha prima, que eu te entrego lá no estacionamento.

Carinha chato: Eu não posso sair daqui da frente do stand, senhor.

Adalberto: É, então, tchau!

E fui correndo como um louco no meio do aeroporto, segurando a Sara e três revistas, que fomos descobrir no hospital, que eram do ano retrasado.

Sara: Ué, a Deborah Secco casou na igreja de novo com o Roger?

Adalberto: Claro que não! Aquele safado fez você prestar aquele papel de palhaça no aeroporto por causa desse monte de papel velho aí. Agora, por causa do interesse na vida da Deborah Secco, você tá toda quebrada aí. Era só o que faltava...

Sara: E  Oswaldo, Adal?!

Adalberto: Me ligou dizendo o tempo tá muito fechado lá no Sul, e que o voo foi remarcado pra amanhã.

Sara: Ai, que bom. Ele não precisa saber o porquê desse meu problema, hein, Adal. A gente diz que foi um acidente doméstico.

Adalberto: Sem problemas. Eu não vou te expor ao ridículo pro seu próprio marido. Ele nunca mais ia olhar na tua cara, se soubesse o motivo dessa lesão no pescoço.

Sara: Você é o melhor do mundo, primo!

Adalberto: Ah, claro, né? Nessas horas, e sou sempre o melhor do mundo. Agora, me diz uma coisa: onde é que você aprendeu a dançar o quadradinho de oito com tamanha maestria, Sara? Me explica isso.

Sara: Primo, tá na hora de buscar os trigêmeos na creche! Tem que ser agora, primo, senão, eu vou pagar uma multa. Esse mês, já me atrasei tres vezes. Na próxima, não vai ter perdão.

Adalberto: Você não vale nada, hein! Eu vou. Mas depois, a senhora vai responder a minha pergunta, tá? Espertinha!

Ela acha que eu sou bobo...