quinta-feira, 26 de abril de 2012

Uma estrela nunca paga a conta

Ontem, eu estava quase dormindo, quando a Lu me ligou.

Adalberto: Fala, gatona.

Lu: Está ocupado?

Adalberto: Não. Já estava me preparando para dormir.

 Lu: Primo, eu estou muito mal. O Neneco disse que eu sou muito escandalosa para ele.

Adalberto: E você acha ruim ser escandalosa?

Lu: O Neneco acha que sim.

 Adalberto: E quem é o Neneco na noite londrina?

Lu: Ah, Adal, para!

Adalberto: Não, não é assim, "para". Quando alguém te falar, que não está satisfeito por alguma coisa, que está em você, você lamenta e pensa: quem é essa pessoa na noite londrina? Quem é esse cara de pau no inverno da Sibéria? Quem é esse babaca no Planeta dos Macacos? Você vai ver que, em algum lugar, essa a pessoa não é nada. Mas você, sim, em todos esses lugares que eu falei, tem que ser ou fazer de tudo para ser alguma coisa. Senão, meu bem...

Lu: Ai, primo, os seus discursos motivacionais são ótimos, mas eu tenho preguiça para esse papo de consultor de RH.

Adalberto: Então, valeu. Vamos para um bar encher a cara e falar merda, então? Você me fez perder o sono.

Lu: Eu?

Adalberto: É, Dona Lu. Você me tira o sono!

Lu: Estou dentro.

 Eu já tinha parado de marcar com pauzinhos com a caneta sobre a toalha de papel da mesa, quando o tal do Neneco resolveu passar na frente do bar, onde eu estava enfiando o pé na jaca com a Lu.

Lu: Adal! Adalberto: O quê?

Lu: Para tudo!

Adalberto: Por que "para tudo"? Isso inclui parar de beber?

Lu: O Neneco vai passar atrás de você agora. Disfarça. Estou muito escandalosa?

Adalberto: Não. Mas vai ficar agora.

Lu: Como assim?

No bar tinha uma musiquinha ao vivo cafona. E naquele exata momento, o cantor cantava o refrão de Evidências, do Chitãozinho e Xororó... A Lu ovula por essa música. Levantei impetuosamente e fiz um apelo motivacional mais eficaz.

Adalberto: Canta comigo se não você vai comer todas as porcarias do mundo!

O efeito foi melhor do que um discurso longo de um consultor de RH. Ela levantou imediatamente e cantou comigo aos berros.

Adalberto e Lu: "E nessa loucura de dizer que não te quero// Vou negando as aparências// Disfarçando as evidências// Mas pra que viver fingindo// Se eu não posso enganar meu coração?// Eu sei que te amo!// Chega de mentiras// De negar o meu desejo // Eu te quero mais que tudo // Eu preciso do seu beijo// Eu entrego a minha vida// Pra você fazer o que quiser de mim// Só quero ouvir você dizer que sim!// Diz que é verdade, que tem saudade// Que ainda você pensa muito em mim// Diz que é verdade, que tem saudade// Que ainda você quer viver pra mim".

E o tiro acertou o alvo. O cara de pau foi tirar satisfação com a minha prima.

Neneco: Você é ridícula mesmo. É por essas e outras, que eu não estou com você.

Lu: Ah, é mesmo? E quem é você na noite londrina? E no inverno da Sibéria? E no Planeta dos Macacos? Bom, eu acho que, em qualquer desses lugares, você é um babaca. Mas eu estou cagando para você. Sabe por quê? Eu sou a rainha por onde quer que eu passe. Vamos, Adal.

E fomos embora, assim, deixando o Neneco com uma mistura de cara de paisagem, surpresa e espanto.

No carro, resolvi lembrar à Lu, que nós não tínhamos pagado a conta. E o comentário dela também foi bem motivacional.

Lu: Adal, uma estrela nunca paga a conta.

Gostei...

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Barata da vizinha é um caso de vida ou morte

A Marjorie me ligou ontem, dizendo que precisava de uma ajuda minha urgentemente. Eu estava fazendo uma caminhada na Praia de Ipanema com a Ane.

Marjorie: É um caso de vida ou morte, Adal.

Adalberto: Como assim?

Achei estranho. A Marjorie não é de fazer tempestade em copo d´água nem dilúvio em tampinha de xarope, como diz a Lu.

Marjorie: Adal, vem aqui pelamordedeus! Eu estou cheia de coisa para fazer na fábrica e não posso sair de casa. Você está com a chave daqui de casa?

Adalberto: Estou. Mas o que é que está acontecendo?

E ela bateu o telefone na minha cara. Ou a ligação teria caído por outro motivo? Isso me deixou muito preocupado.

Adalberto: Vamos correr. Aconteceu alguma coisa com a Marjorie.

Ane: Aconteceu? O quê?

Adalberto: Não, vamos pegar um táxi.

Ane: Ah, não, Adal. Vamos correr.

Adalberto: Ane, é coisa séria.

Ane: Adal, daqui de Ipanema para o Leblon é um pulo.

Adalberto: Ela disse que era um caso de vida ou morte.

Ane: Eu tenho menos de um mês para voltar a caber no longo preto, que eu comprei para ir no casamento da Paty.

Adalberto: Qual Paty?

Ane: A tua amiga do Martins.

Adalberto: Ela te convidou?

Ane: Convidou.

Adalberto: E você vai?

Ane: Vou.

Adalberto: Mas você não gosta dela.

Ane: E daí?

Adalberto: Táxi!

A viagem custou sete reais. Eu estava tão louco, que dei cinquenta e não pedi troco.

Quando chegamos ao prédio da Marjorie, decidimos subir de escada, porque o elevador não estava no térreo e, sobretudo, porque tinha uma carinha com um perfume da Uruguaiana esperando para subir.

A Ane teve uma motivação mais nobre para subir de escada.

Ane: Assim, a gente compensa o tempo que ficou sem caminhar na praia.

Não mandei ela ir à merda, porque não tinha fôlego para subir os quatro andares da Marjorie de escada e falar ao mesmo tempo.

Quando finalmente chegamos, vimos que o carinha do perfume da Uruguaiana estava tocando a campainha da casa da Marjorie.

Adalberto: Querido, é muito urgente?

Carinha do perfume da Uruguaiana: Por quê?

Eu não estava com saco de explicar para o carinha do perfume da Uruguaiana o porquê. Fora que eu estava quase desmaiando, por causa do cheiro forte do perfume da Uruguaiana.

Abri a porta e uma barata voadora foi direto para o nariz do dele. Desesperado, assustado e com medo, ele caiu no chão. Bateu feio com a cabeça. E a barata continuou lá, amarradona em cima do nariz do pobre coitado.

Deliberadamente, a Ane pisou no nariz do carinha do perfume da Uruguaiana e esmagou a barata, cheia daquele líquido marrom xexelento, na cara do infeliz.

Fui correndo para ver o que tinha acontecido com a Marjorie.

Adalberto: Prima!

Marjorie: Adal, eu estou aqui no quarto.

Adalberto: Abre a porta!

Marjorie: Só depois que você matar uma barata nojenta, que voou da casa da vizinha para cá.

Adalberto: Ah, então a barata da vizinha era o caso de vida ou morte, que eu tinha para resolver?

Marjorie: Era, Adal. Desculpa, mas para mim, isso é um caso de vida ou morte.

Adalberto: Tudo bem. Mas saiba você que nesse caso, o caso foi de desmaio e morte.

E quase que automaticamente a porta se abriu.

Marjorie: Como assim?

Adalberto: Vai lá fora ver. A Ane está lá.

Marjorie: Ela se assustou com a barata?

Adalberto: Ela, não.

Mas o carinha do perfume da Uruguaiana, que a Marjorie estava esperando para sair, sim. A

Marjorie: Gente, eu não acredito no que estou vendo.

Adalberto: E eu não acredito que você mentiu para mim, dizendo que estava cheia de trabalho na fábrica, só para eu vir aqui te salvar de uma barata.

Marjorie: Adal...

Adalberto: Está desculpada pela mentira. Mas não por sair com um carinha que fede a perfume da Uruguaiana.

Marjorie: Ele fede a perfume da Uruguaiana?

Adalberto: Porra!

Ane: Vamos levar ele para o quarto?

Marjorie: Não! Com essa barata espatifada na cara dele, não. Aliás, nem sem ela. Eu não quero mais ficar com ele.

Adalberto: Só por causa da barata? Lavou está limpo, prima.

Ane: Também acho.

Marjorie: Comigo, não. Eu faço a correlação. Não vou conseguir encostar no rosto dele, sabendo que uma barata já passou por ali.

Ane: Antes uma barata do que outra mulher.

Marjorie: Eu preferia outra mulher. Não, gente! Não dá. Fora que ele ainda fede a perfume da Uruguaiana.

Adalberto: Isso, realmente, é uma falha grave.

Ane: Então, o que a gente faz com ele?

Marjorie: Leva ele embora daqui. E quando ele acordar, vocês podem dizer para ele esquecer que eu existo, por favor?

Adoro as frases prontas de novela, que as minhas primas usam!

Ane: Deixa comigo, Jojô. Eu e o Adal levamos ele. Vamos, primo.

Quando o carinha do perfume da Uruguaiana acordou, ele estava deitado na cama da Ane, limpinho. E nem foi preciso ela dizer para ele esquecer que a Marjorie existia...

sábado, 14 de abril de 2012

Ovo de Whey Protein faz a diferença na Páscoa

Fiquei a semana todo ansioso para chegar o domingo de Páscoa. Minhas primas estavam vindo almoçar comigo e iam trazer um ovo de chocolate imenso, que elas compraram juntas. Eu adoro chocolate e mal podia esperar.

Eu não comprei nada para elas, porque estavam todas em dieta. Fiquei com a imcumbência de fazer o almoço, que eu não fiz, claro. Comprei tudo num buffet baratinho da mãe de uma amiga minha.

No domingo, quando elas chegaram lá em casa, abri a porta com a maior expectativa do mundo e...

Adalberto: Ovo de Whey Protein...

Ane: Não gostou?

Adalberto: Não.

Aquilo era uma ignorância quase do meu tamanho e com metade do meu peso. Eu cabia lá dentro confortavelmente.

Ane: A ideia foi minha.

Adalberto: Porra, Ane...

Lu: Boa tarde, ingratidão.

Adalberto: Ingratidão nada.

Marjorie: Ingratidão, sim. Achei que a nossa presença fosse mais importante, que um ovo de Páscoa.

Claro que não!

Sara: Adal, quer que eu veja se tem como trocar?

Lu: Que trocar? Está maluca? Ele vive tomando esse negócio para ir para a academia... Está fazendo doce.

Adalberto: Não é doce. Eu só queria poder chutar o balde na Páscoa.

Ane: Da próxima vez, eu compro um Kinder Ovo.

Adalberto: E eu vou adorar.

Lu: Mas é para criança.

Adalberto: E daí? As besteiras que são feitas para as crianças são as melhores.

Marjorie: Isso é verdade.

Sara: Adal, o que a gente faz com esse ovo, então?

Adalberto: Coloca ali na sala, Sarita. Ele é tão grande que, pelo menos, serve para enfeitar.

Ane: Ah, seu cachorro!

Lu: Ih, falando em cachorro, o safado do Edésio vem me buscar daqui a pouco para a gente ir ao cinema. Eu tenho que comer rapidinho.

Adalberto: Olha, gente, a comida está na geladeira numas vasilhas de plástico laranja. São vários tipos de salada.

Lu: Está de sacanagem...

Adalberto: Não.

Lu: Salada no almoço de domingo, que a gente pode enfiar o pé na jaca?

Adalberto: Ah, e ovo de Whey Protein na Páscoa? Isso não é sacanagem?

Ane: Adal, você toma Whey Protein para ir para a academia.

Adalberto: Ane, eu nem tomo mais esse negócio. Maldito dia que eu fui com você àquela loja de suplementos comprar essa porcaria... Eu tomei esse troço, no máximo, umas três vezes. Depois, ficou encostado, estragou e eu jogeui fora.

Sara: Não é bom primo?

Adalberto: Não. É horrível. Estou falando...

Marjorie: Adal, as saladas são lindas. Eu adorei.

Ane: Eu também gostei, mas acho que falta alguma coisa para dar liga.

Lu: Gente, se tivesse arroz com feijão, para mim, já estava de bom tamanho.

Sara: Mas domingo comer arroz com feijão? Isso é comida de dia de semana.

Lu: Melhor do que salada com salada. Olha ali o prato da Marjorie. Nada com nada. Prefiro morrer de fome.

Adalberto: Não vai comer?

Lu: Eu como no shopping com o Edésio. Já era para ele estar aqui mesmo... Meu estômago aguenta mais um pouco.

Adalberto: Beleza.

Cinco minutos depois, nós ainda estávamos almoçando à mesa, com exceção da Lu, que assistia à televisão, quando o Edésio chegou.

Edésio: Está me achando com cara de palhaço?

Lu: Como assim?

Edésio: Eu estou te ligando há meia-hora, porque não estava achando esse merda de rua e você não atendia a bosta do celular.

Lu: Ih, amor, desculpa. Eu botei ele no vibra, ontem, quando estava com a tia Neide na igreja. A gente foi na adoração de Cristo, do Sábado de Aleluia.

Edésio: Você é uma imbecil.

Ele não ia ofender a minha prima na minha frente!

Adalberto: Vem cá, a banana que tu comeu estava estragada?

Edésio: Quem é você para falar assim comigo?

Adalberto: O dono desse apartamento e primo da Lu.

Edésio: Ah, é? Caguei para você.

Ane: É mas eu não caguei para você, não.

E com um golpe de mestre, a Ane deu com o ovo de Whey Protein na cabeça do Edésio, que caiu desmaiado.

Lu: Gente, o que eu faço com esse homem agora?

Marjorie: Mata! Estou brincando. Sei lá. Adal, dá uma ideia.

Adalberto: Vou chamar o zelador para levar o lixo embora.

Lu: Como assim, Adal? É sério.

Adalberto: Eu também estou falando sério.

O meu zelador deixou o Edésio deitado no capô do carro dele. Quando a gente desceu para tomar um chopinho no bar da rua paralela a minha, não havia nem sinal daquele sem vergonha.

Esse não se mete mais com a família Monteiro.

E, no final das contas, o meu presente foi muito bem-vindo.

sábado, 7 de abril de 2012

Primeiro de abril não passou despercebido

Domingo passado foi dia primeiro de abril, e eu fui almoçar com as minhas primas na casa da minha mãe. No caminho alertei a elas, que minha mãe odeia as brincadeiras da data.

Adalberto: Então, vocês, por favor, não vão ficar contando mentiras para a minha mãe.

Lu: Primeiro de abril sem uma mentirinha não é primeiro de abril.

Ane: Concordo.

Marjorie: Ai, gente, então vão comer num restaurante.

Adalberto: Falou a voz da sabedoria!

Já na mesa do almoço, com os meus pais, a Lu foi provocadora.

Lu: Tio Beto, o senhor não acha que as datas têm que ser celebradas, conforme a tradição?

Adalberto (pai): Acho.

E olhando para mim como se fosse me atirar com uma AR-15:

Lu: Muito obrigada.

Marjorie: A comida está tão gostosa, tia.

Neide: Gostou?

Marjorie: Adorei.

Ane: Está muito boa mesmo.

Marjorie: Esse arroz tem frango?

Frango, não! Eu não como ave por nada nesse mundo! Tenho trauma de infância e minha mãe sabe muito be disso!

Neide: Não, garota, isso é carne desfiada.

Ufa!

Lu: Ah, eu ia adorar se tivesse frango. Pelo menos, ia ter cena de humor INFANTIL aqui nessa mesa.

Adalberto: Sem graça!

Depois de mais dois horas, entre almoçar, comer sobremesa e tecer alguns comentários sobre vidas alheias, minhas primas decidiram ir embora. Eu já não aguentava mais ouvir tanta besteira. Meu pai, então... Estava dormindo sentado, tadinho.

Ane: Tia a senhora tem a receita dessa comida? Quero pedir para a minha empregada fazer.

Neide: Tenho mas está la no computador.

Ane: Me manda por e-mail?

Neide: Ih, minha filha, a internet daqui de casa está com problema. Vai lá e copia rapidinho.

Ane: Está bem.

Adalberto: Não! Eu tenho um pen drive aqui. Vai rápido, salva e pode tirar o pen drive sem segurança.

Marjorie: Pra que isso?

Adalberto: A vida é muito curta para se tirar pen drive de computador com segurança.

Lu: Maluco você!

Adalberto: Vou esperar vocês no carro. Tchau, mãe.

Neide: Tchau, meu filho. Vai com Deus.

Finalmente, no carro voltando para casa:

Adalberto: Nem acredito que vocês se comportaram direitinho e não contaram nenhuma mentira de primeiro de abril. Merecem uma maçã cada uma.

Lu: Ah, garoto, cala a boca. Vou entrar no Facebook agora pelo celular para contar alguma merda. Eu preciso mentir no Dia da Mentira. É mais forte do que eu.

Adalberto: Ah, é? E no Dia do Meio Ambiente? Você fica assim, toda ensandecida para plantar uma árvore.

Lu: Você é ridículo, sabia?

Ane: Ai, gente, por favor, vamos ficar de boquinha calada? Quero dormir.

Marjorie: Boa ideia. Também vou dormir.

Nem acreditei quando cheguei em casa, depois de rodar o Rio de Janeiro inteiro para deixar minhas primas em seus respectivos lares. Só queria a minha cama e mais nada.

Mas o telefone tinha que tocar, quando já estava pegando no sono.

Adalberto: Fala, Ane.

Ane: Adal, eu deixei o pen drive cair no banco do seu carro.

Adalberto: Ok. Amanhã, eu te mando a receita por e-mail.

Ane: Amanhã, não. O Astrovaldo vai vir jantar aqui comigo, e eu queria pedir para a empregada fazer a receita da tia Neide. Pega lá, agora, primo.

Depois de um segundo ponderando se o Astrovaldo merecia mesmo todo o meu esforço, decidi ir buscar a porra do pen drive. O Astrovaldo, definitivamente, não merecia o meu esforço. O problema é que a Ane ia me infernizar, enquanto eu não pegasse o bendito pen drive.

Liguei o computador, abri a receita e o meu olho bateu direto na palavra FRANGO. A porra da receita levava, sim, frango! A minha mãe mentiu descaradamente!

Mandei por e-mail para a Ane e, em seguida, liguei para a minha mãe.

Adalberto: Mãe, você me fez comer frango hoje? É isso mesmo? Mentiu para mim.

Neide: Meu filho, a proteína das aves é importante para a nossa saúde.

Adalberto: Mãe, caguei para essa proteína. Quero mais que ela se exploda!

Neide: De mais a mais, hoje é primeiro de abril. Não é pecado mentir para um filho no Dia da Mentira.

Desliguei o telefone com ódio mortal da minha mãe e fui para o banheiro correndo. Fiquei forçando o vômito a madrugada toda.

Logo a minha mãe...