Ontem, depois de seis meses depois do nascimento dos trigêmeos da Sara, foi o dia do batismo. Estava marcado para às nove, mas ansioso que sou, cheguei uma hora mais cedo.
Meia-hora depois, chegou a Sara esbaforida, com o Oswaldo e os bebês.
Sara: Ai, primo, estou mega atrasada.
Adalberto: Sara, a igreja ainda não está aberta. O batismo vai começar daqui a meia-hora.
Sara: Então, eu preciso ir ao banheiro retocar a maquiagem, tirar a oleosidade do rosto. O pessoal da filmagem já deve estar chegando.
Foi ela falar e eles chegaram já filmando tudo.
Adalberto: Eles já estão filmando a gente mesmo ou é impressão minha.
Sara: Ai, que vergonha, Adal. Vou correr para o banheiro.
Oswaldo: A Sara pediu para o pessoal gravar desde a nossa chegada até o fim do batismo. Se solta, Adal, você está muito travado.
Se eu me soltasse, eu ia me cagar todo.
Adalberto: Eu estou solto.
Meu pai, minha mãe, minha irmã, o Eduardo e o Diego chegaram e dividiram comigo o foco do cinegrafista.
Neide: A igreja ainda está fechada?
Adalberto: Estranho. Faltam só dez minutos para começar...
Neide: Eu vou lá abrir.
Camila: Não, mãe, por favor.
Adalberto: É, mãe, não inventa de tomar esporro do padre.
Adalberto (pai): Eu vou aqui no bar ao lado tomar uma cachaça para poder aguentar a ladainha do padre.
Adalberto: Pai, o cara está filmando.
Meu pai não sabia onde enfiar a cabeça.
Adalberto (pai): Eu achei que ele estivesse testando a filmadora.
Camila: Eu também não sabia que estava filmando, não.
Neide: Eu também não sabia que estava filmando.
Adalberto: Mas está. A Sara pediu para ele fazer registros da gente aqui fora também.
E todos ficaram nitidamente sem graça.
Camila: A Sara é surreal.
Sara: Quem é surreal?
Camila: Ih, estava onde, mulher?
Sara: Retocando a maquiagem. Cadê as madrinhas desnaturadas do meu filho, hein?
Adalberto: Olha ali. Estão chegando.
Ane, Lu e Marjorie já chegaram brigando.
Neide: Que cara é essa, Marjorie?
Marjorie: Tia, essas duas... Só matando.
Lu: Ah, garota, cala a boca. Não marco mais nada contigo.
Marjorie: Nem eu com você.
Ane: A gente nem está atrasada.
Marjorie: Estamos, sim, o batismo estava marcado para meia-hora atrás.
Caraça! A gente nem se deu conta de que a hora tinha passado e ninguém abriu a igreja.
Eduardo: Ninguém vai abrir a igreja, não?
Sara: Oswaldo, vai lá ver isso.
Oswaldo: Eu, não. Vai você.
Adalberto: Deixa que eu vou.
Dez minutos depois, voltei com novidade.
Adalberto: Gente, tinha uma beata lá dentro fazendo faxina, que me disse que o padre viajou para um encontro com o Papa.
Sara: Como assim?
Ane: E a gente só fica sabendo disso agora?
Lu: Sacanagem.
Adalberto: Ela disse que o padre ligou para todas as mães, cancelando o batismo.
Neide: Mas, pelo visto, esqueceu da Sara. E a gente que se ferrou com isso.
Adalberto: Sara, você... Nada, deixa.
Marjorie: Vamos embora, gente. Eu tenho mil coisas para fazer. Só vim mesmo, porque eu sou madrinha.
Ane: Ainda não é. Não batizou.
Lu: Tia Neide posso voltar com a senhora?
Marjorie: Acho melhor mesmo.
Neide: Pode, minha filha.
Eduardo: Cadê o Diego?
Neide: Deve estar aprontando. Está muito quieto.
Lu: Está lá em cima daquela árvore, arrumando ideia de se arrebentar.
Eduardo: Vou lá bater nele.
Camila: Eduardo, fala com ele direito. A gente assistiu tanto à Supernanny, antes de ter esse garoto, mas não adiantou nada.
Adalberto: Gente, e o meu pai, hein?
Eduardo: Está lá fora bebendo até agora.
Ane: Tio Beto também esqueceu do batismo.
Lu: Esqueceu nada. Duvido que ele não está de conchavo com o padre. Tio Beto não é santo, não, gente.
Neide: Não é mesmo, minha filha. Nem te conto.
Ane: mas essa história de padre ter ido se encontrar com o Papa não me convenceu.
Marjorie: Esse padre é um filho da mãe!
Não é, não. Pela cara de sem graça da Sara e o olhar cúmplice do Oswaldo, eu já podia imaginar tudo: o padre ligou, mas como ela não atende número de celular que não conhece, ignorou a chamada. Com certeza, ela não tem o telefone do padre salvo e acabou não atendendo o pobre coitado, que levou a culpa.
Caramba, os caras da filmagem são muito sem noção! Continuaram filmando a discussão da minha família na porta da igreja.
Adalberto: Ei, vocês aí! Tem como dar uma paradinha na filmagem?
Que saco!
terça-feira, 27 de março de 2012
segunda-feira, 26 de março de 2012
O triste fim do casamento da Ane
Na segunda-feira passada, liguei para a Ane para dar uma notícia, que eu não imaginava que ia deixá-la tão abalada.
Há seis meses, ela se casava com um amigo meu ítalo-americano, só para ajudá-lo a tirar documentação brasileira. Depois tudo resolvido, o próximo passo foi a separação
Ane: Como assim separação?
Adalberto: Ane, o Gianfrancesco casou com você só para tirar documentação brasileira, esqueceu?
Ane: Isso não justifica ele querer se separar de mim.
Adalberto: Ah, não? Você queria ficar casada com um cara que nem conhece direito?
Ane: Adal, a questão não é essa.
Adalberto: Então, qual é a questão?
Ane: Eu queria continuar casada.
Adalberto: Ane, essa ilusão não ia preencher a sua necessidade.
Ane: Mas preenchia de maneira paliativa.
Adalberto: Mas o paliativo não é suficiente.
Ane: Mas ajuda.
Adalberto: Mas não é amor.
E, durante três longos segundos, uma respiração triste revelou a tristeza, que a minha prima tentou me esconder.
Ane: Adal, eu tive um probleminha com clonagem de cartão de crédito e estou saindo agora para resolver no banco. A gente fala sobre isso mais tarde, pode ser?
Adalberto: Pode.
Coitada. Senti vontade de implorar para o Gianfrancesco continuar casado com a Ane pela vida toda, ou de arrumar outro marido fake para ela, ou de eu mesmo me casar com ela, ou o melhor saída: que ela encontrasse alguém que a amasse de verdade.
Mas no fim do dia, tive que retornar ao assunto.
Ane: Amanhã?
E uma palavra de apenas uma letra engasgou como bala Soft na minha garganta.
Adalberto: É.
Ane: Tudo bem.
Adalberto: Eu te ligo quando sair de casa.
Ane: Ok.
No caminho para o cartório, puxei uma conversa para quebrar o clima pesado do trajeto ao cartório.
Adalberto: Resolveu o problema do cartão de crédito?
Ane: Levei uns comprovantes para o banco e, agora, estou esperando eles resolverem.
Adalberto: Compraram muita coisa com o cartão clonado?
Ane: Foi o meu salário o todo.
Adalberto: Que merda.
Ane: Agora, além de pobre, eu vou ser uma divorciada.
E esse comentário foi o ponto final do nosso diálogo.
No cartório, tive receio de que ela fosse fazer algum tipo de escândalo com o Gianfrancesco. Mas, para a minha surpresa, ela se comportou da melhor maneira.
Eu é que queria arrebentar a cara dele. Logo eu, que fui o responsável por arrumar esse casamento. Na época, eu pensei em ajudar o amigo, mas não imaginei que fosse arruinar com a vida da minha prima.
Eu podia, pelo menos, ter feito uma procuração para assinar a separação no lugar dela. Ia ser um pouco estranho eu ir ao cartório me separar do meu amigo. Mas não ia ser triste.
Depois da separação assinada até a o momento em que a Ane entrou no meu carro, ela não esboçou nenhum sentimento, além da seriedade que escondia tudo o que eu já podia imaginar.
No carro, a visão periférica, conseguiu identificar alguma poucas lágrimas que não conseguiram se conter. Mas eu fiz como se estivesse com uma viseira de cavalo.
Ane chorou seis dias e seis noite copiosamente. Não conseguiu ir trabalhar nesse período.
Hoje, o sétimo dia após o fatídico término, a Ane recebeu uma ligação do banco. Eles identificaram a pessoa que clonou o cartão dela. Um representante da máfia italiana, chamado Gianfrancesco Brinkley.
Toda aquela tristeza que a Ane estava sentindo deu lugar à raiva, à decepção e ao arrependimento.
Agora, a Interpol, a Ane e eu estamos atrás dele. A Polícia quer prendê-lo, a minha prima quer cuspir na cara dele e eu quero baixar a porrada nesse mafioso.
Há seis meses, ela se casava com um amigo meu ítalo-americano, só para ajudá-lo a tirar documentação brasileira. Depois tudo resolvido, o próximo passo foi a separação
Ane: Como assim separação?
Adalberto: Ane, o Gianfrancesco casou com você só para tirar documentação brasileira, esqueceu?
Ane: Isso não justifica ele querer se separar de mim.
Adalberto: Ah, não? Você queria ficar casada com um cara que nem conhece direito?
Ane: Adal, a questão não é essa.
Adalberto: Então, qual é a questão?
Ane: Eu queria continuar casada.
Adalberto: Ane, essa ilusão não ia preencher a sua necessidade.
Ane: Mas preenchia de maneira paliativa.
Adalberto: Mas o paliativo não é suficiente.
Ane: Mas ajuda.
Adalberto: Mas não é amor.
E, durante três longos segundos, uma respiração triste revelou a tristeza, que a minha prima tentou me esconder.
Ane: Adal, eu tive um probleminha com clonagem de cartão de crédito e estou saindo agora para resolver no banco. A gente fala sobre isso mais tarde, pode ser?
Adalberto: Pode.
Coitada. Senti vontade de implorar para o Gianfrancesco continuar casado com a Ane pela vida toda, ou de arrumar outro marido fake para ela, ou de eu mesmo me casar com ela, ou o melhor saída: que ela encontrasse alguém que a amasse de verdade.
Mas no fim do dia, tive que retornar ao assunto.
Ane: Amanhã?
E uma palavra de apenas uma letra engasgou como bala Soft na minha garganta.
Adalberto: É.
Ane: Tudo bem.
Adalberto: Eu te ligo quando sair de casa.
Ane: Ok.
No caminho para o cartório, puxei uma conversa para quebrar o clima pesado do trajeto ao cartório.
Adalberto: Resolveu o problema do cartão de crédito?
Ane: Levei uns comprovantes para o banco e, agora, estou esperando eles resolverem.
Adalberto: Compraram muita coisa com o cartão clonado?
Ane: Foi o meu salário o todo.
Adalberto: Que merda.
Ane: Agora, além de pobre, eu vou ser uma divorciada.
E esse comentário foi o ponto final do nosso diálogo.
No cartório, tive receio de que ela fosse fazer algum tipo de escândalo com o Gianfrancesco. Mas, para a minha surpresa, ela se comportou da melhor maneira.
Eu é que queria arrebentar a cara dele. Logo eu, que fui o responsável por arrumar esse casamento. Na época, eu pensei em ajudar o amigo, mas não imaginei que fosse arruinar com a vida da minha prima.
Eu podia, pelo menos, ter feito uma procuração para assinar a separação no lugar dela. Ia ser um pouco estranho eu ir ao cartório me separar do meu amigo. Mas não ia ser triste.
Depois da separação assinada até a o momento em que a Ane entrou no meu carro, ela não esboçou nenhum sentimento, além da seriedade que escondia tudo o que eu já podia imaginar.
No carro, a visão periférica, conseguiu identificar alguma poucas lágrimas que não conseguiram se conter. Mas eu fiz como se estivesse com uma viseira de cavalo.
Ane chorou seis dias e seis noite copiosamente. Não conseguiu ir trabalhar nesse período.
Hoje, o sétimo dia após o fatídico término, a Ane recebeu uma ligação do banco. Eles identificaram a pessoa que clonou o cartão dela. Um representante da máfia italiana, chamado Gianfrancesco Brinkley.
Toda aquela tristeza que a Ane estava sentindo deu lugar à raiva, à decepção e ao arrependimento.
Agora, a Interpol, a Ane e eu estamos atrás dele. A Polícia quer prendê-lo, a minha prima quer cuspir na cara dele e eu quero baixar a porrada nesse mafioso.
domingo, 18 de março de 2012
Chá servido às cinco passa despercebido pelo orgulho de Lu
Ontem, fui buscar a Lu no aeroporto. Ela voltava da Inglaterra e eu não entendi nada. No fim de semana passado, ela reclamava que mal tinha o dinheiro da passagem de ônibus para ir trabalhar...
Quando voltamos para casa, ela me contou uma das histórias mais surreais que eu já ouvi na minha vida.
Adalberto: Me explica essa história direito. Você estava namorando o Príncipe Harry?
Lu: Quem dera. Eu fui lá para trabalhar com ele, mas a Kate Middleton me botou para correr do palácio real.
Adalberto: Como assim, Lu? Eu não estou conseguindo acreditar. Como é que você foi parar no Palácio de Buckingham?
Lu: Foi um concurso de frases do Twitter.
Adalberto: Para conhecer o Palácio de Buckingham?
Lu: Não, garoto! Para conhecer o Harry!
Adalberto: Ah, o Príncipe Harry... Mas você ainda tem essa fissura em Príncipe Harry? Pensei que fosse coisa de adolescente.
Lu: Claro que não. Meu sonho era casar com o Harry.
Adalberto: Lu, você é bem mais velha que Príncipe Harry!
Lu: E aquela atriz, que é casada com um carinha 25 anos mais novo que ela?
Adalberto: Ela é atriz.
Lu: E eu sou depiladora.
Adalberto: Lu, você não é boba e entendeu bem o que eu quis dizer.
Lu: Não entendi, não. O que você quis dizer?
Adalberto: Quis dizer que não é amor sincero.
Lu: Da minha parte pelo Hary?
Adalberto: Não. Da parte da atriz, que é 25 anos mais velha que o namorado.
Lu: Eu não vejo assim. Eu acredito no amor.
Mulheres...
Adalberto: Ok. Mas me conta como você chegou ao Palácio de Buckingham?
Lu: Eu passei no concurso de frases e o prêmio era conhecer o Harry.
Adalberto: E aí? Vocês ficaram?
Lu: Não. Mas não foi por falta de tentativa. O Harry não está no momento para assumir um relacionamento sério, sabe, Adal?
Adalberto: Não. Foi ele que te disse isso?
Lu: Foi. A gente conversou muito. Ele foi muito sincero comigo.
Meu Deus! Eu estou a UM grau do Príncipe Harry!
Adalberto: Ok. E aí? Por que vocês viajaram juntos?
Lu: Ele me chamou para trabalhar para ele.
Adalberto: Jura?
Lu: Juro. Eu acho que ele ficou a fim de mim. Mas como não queria nada sério por agora, decidiu me levar para me ter por perto.
Adalberto: E aí? Como é que você perdeu essa bocada, sua louca?
Lu: A Kate deve ter achado que eu ia trabalhar como serviçal lá no palácio e pediu para eu servir o five o´clock tea.
Adalberto: E você se sentiu ofendida por isso?
Lu: Lógico! Vê se eu tenho cara de serviçal?
Adalberto: Lu, sua doida, escuta uma coisa: se for para servir o five o´clock tea no Palácio de Buckingham, eu peço demissão do meu trabalho agora e para lá servir o melhor five o´clock tea, que a família real já tomou.
Lu: Adal, varrer chão em Bangu e no Palácio de Buckingham, para mim, é a mesma coisa.
Adalberto: Ai, Lu, esse é o teu problema... E por que a Kate Middleton te botou para fora do palácio?
Lu: Eu disse para ela, que, se ela tomasse do meu chá, ela iria ficar gamadinha em mim, porque o único chá que eu sei fazer é o Chá de Calcinha. Mas esse eu não ia fazer para ela, porque ela não faz o meu tipo.
Nem me lembro como acabou essa conversa. Fiquei tão desnorteado pela sorte que a minha prima jogou fora, que sofri lapso de memória. Eu só queria ter matado a Lu.
Hoje, acordei com a sinusite atacada e ela veio cuidar de mim.
Agora, enquanto eu assisto à televisão, ela está na cozinha... Preparando um chazinho para mim. Detalhe: são cinco horas da tarde.
Quando voltamos para casa, ela me contou uma das histórias mais surreais que eu já ouvi na minha vida.
Adalberto: Me explica essa história direito. Você estava namorando o Príncipe Harry?
Lu: Quem dera. Eu fui lá para trabalhar com ele, mas a Kate Middleton me botou para correr do palácio real.
Adalberto: Como assim, Lu? Eu não estou conseguindo acreditar. Como é que você foi parar no Palácio de Buckingham?
Lu: Foi um concurso de frases do Twitter.
Adalberto: Para conhecer o Palácio de Buckingham?
Lu: Não, garoto! Para conhecer o Harry!
Adalberto: Ah, o Príncipe Harry... Mas você ainda tem essa fissura em Príncipe Harry? Pensei que fosse coisa de adolescente.
Lu: Claro que não. Meu sonho era casar com o Harry.
Adalberto: Lu, você é bem mais velha que Príncipe Harry!
Lu: E aquela atriz, que é casada com um carinha 25 anos mais novo que ela?
Adalberto: Ela é atriz.
Lu: E eu sou depiladora.
Adalberto: Lu, você não é boba e entendeu bem o que eu quis dizer.
Lu: Não entendi, não. O que você quis dizer?
Adalberto: Quis dizer que não é amor sincero.
Lu: Da minha parte pelo Hary?
Adalberto: Não. Da parte da atriz, que é 25 anos mais velha que o namorado.
Lu: Eu não vejo assim. Eu acredito no amor.
Mulheres...
Adalberto: Ok. Mas me conta como você chegou ao Palácio de Buckingham?
Lu: Eu passei no concurso de frases e o prêmio era conhecer o Harry.
Adalberto: E aí? Vocês ficaram?
Lu: Não. Mas não foi por falta de tentativa. O Harry não está no momento para assumir um relacionamento sério, sabe, Adal?
Adalberto: Não. Foi ele que te disse isso?
Lu: Foi. A gente conversou muito. Ele foi muito sincero comigo.
Meu Deus! Eu estou a UM grau do Príncipe Harry!
Adalberto: Ok. E aí? Por que vocês viajaram juntos?
Lu: Ele me chamou para trabalhar para ele.
Adalberto: Jura?
Lu: Juro. Eu acho que ele ficou a fim de mim. Mas como não queria nada sério por agora, decidiu me levar para me ter por perto.
Adalberto: E aí? Como é que você perdeu essa bocada, sua louca?
Lu: A Kate deve ter achado que eu ia trabalhar como serviçal lá no palácio e pediu para eu servir o five o´clock tea.
Adalberto: E você se sentiu ofendida por isso?
Lu: Lógico! Vê se eu tenho cara de serviçal?
Adalberto: Lu, sua doida, escuta uma coisa: se for para servir o five o´clock tea no Palácio de Buckingham, eu peço demissão do meu trabalho agora e para lá servir o melhor five o´clock tea, que a família real já tomou.
Lu: Adal, varrer chão em Bangu e no Palácio de Buckingham, para mim, é a mesma coisa.
Adalberto: Ai, Lu, esse é o teu problema... E por que a Kate Middleton te botou para fora do palácio?
Lu: Eu disse para ela, que, se ela tomasse do meu chá, ela iria ficar gamadinha em mim, porque o único chá que eu sei fazer é o Chá de Calcinha. Mas esse eu não ia fazer para ela, porque ela não faz o meu tipo.
Nem me lembro como acabou essa conversa. Fiquei tão desnorteado pela sorte que a minha prima jogou fora, que sofri lapso de memória. Eu só queria ter matado a Lu.
Hoje, acordei com a sinusite atacada e ela veio cuidar de mim.
Agora, enquanto eu assisto à televisão, ela está na cozinha... Preparando um chazinho para mim. Detalhe: são cinco horas da tarde.
segunda-feira, 5 de março de 2012
Rick Feroz foi Efulcínio durante três intensas semanas para a Marjorie
A Marjorie teve um relacionamento relâmpago de três semanas com um garoto de programa. Não me esqueço a euforia dela no dia em que ficou com o tal do Efulcínio.
Marjorie: Adal, hoje eu ganhei um prêmio.
Adalberto: Que bom, Jojô. Qual foi a bolsa premiada?
Marjorie: Que bolsa, garoto?
Adalberto: Você é designer de bolsas...
Marjorie: Mas nenhum prêmio de moda ia me deixar tão feliz quanto a façanha em ter ficado com o Efulcínio.
Adalberto: Quem é esse palavrão?
Marjorie: É um garoto de programa lindo, que eu conheci. Tem noção do que é ficar com um garoto de programa? O cara cobra para sair com todo mundo, mas comigo... É de graça! Para tudo, primo! Eu estou me sentindo a mulher mais gostosa do mundo!
Adalberto: E como vocês se conheceram?
Marjorie: Num posto de gasolina.
Adalberto: Você pediu para ele encher o tanque?
Marjorie: Não, seu cachorro! Eu não sou tão desprendida, assim, como a Lu. O meu cartão de débito não passava. Ele pagou para mim. Fomos para a minha casa, para eu dar o dinheiro para ele e tudo aconteceu.
Adalberto: Tudo o quê?
Marjorie: Aí, você já está querendo saber demais. O importante é que o Efulcínio é um garoto de programa. Isso é currículo, sabia? Fiquei com um garoto de programa e não paguei.
Adalberto: Só que esse nome dele não é nada curricular. Prefiro Adalberto.
Marjorie: O nome de trabalho dele é Rick Feroz.
Adalberto: Melhor que Efulcínio.
Marjorie: Eu namoraria com ele fácil.
E namorou até ontem, quando ele me ligou para dar a triste notícia.
Marjorie: Terminei com o Efulcínio.
Adalberto: Por quê?
Marjorie: A minha cabeça não trabalhou bem esse negócio de ele transar com todas as mulheres do Rio de Janeiro. Fora que não sobrava quase tesão para mim.
Adalberto: Ah, não foi você que disse que era bom namorar um garoto de programa, porque eles, sim, sabem dividir as coisas, separar o que é sexo e o que é amor?
Marjorie: Disse, sim. Mas o problema é que eu não soube fazer essa separação. E pirei.
Adalberto: Eu não sei como você aguentou tanto tempo.
Marjorie: Nem eu. A primeira semana ainda foi meio que novidade.
Adalberto: Claro. E você ainda estava com o ego lá nas alturas por estar namorando um garoto de programa.
Marjorie: A segunda já foi chata. A terceira pior ainda. E o ponto final foi porque ele ficou com a minha maior concorrente.
Adalberto: A Claudinha Sofia?
Marjorie: Exatamente.
Adalberto: Como você descobriu?
Marjorie: Ele o deixou lá em casa, quando eu estava chegando do trabalho. Vi na hora que ele saiu do carro dele. Queria fazer um escândalo, dar um ataque de ciúme...
Adalberto: E porque não deu?
Marjorie: Porque, para ele, ela é uma cliente como qualuer outra. Eu tive que engolir aquilo em seco, Adal.
Adalberto: Você é uma heroína.
Marjorie: Não sou, não. Não consegui mais transar com o Efulcínio, depois disso.
Adalberto: Melhor assim. Garoto de programa, agora, só no currículo! Vê se agora namora alguém com uma profissão, que tenha mais a ver com você.
Marjorie: Não, Adal, isso não existe. Uma profissão que tem mais a ver comigo? Estilista. Você conhece algum hétero, gato e que não seja casado?
Essa foi a pergunta mais difícil que a Marjorie já me fez.
Adalberto: Eu não sou dessa áre, Jojô. Mas deve ter algum, sim.
Marjorie: Adal, o mais importante é o amor.
Pior que é verdade. Não importa se é garoto de programa, gari, office boy ou pedreiro. Contanto que faça a minha prima feliz e fique bem longe da Claudinha Sofia... Aí, vale tudo.
Marjorie: Adal, hoje eu ganhei um prêmio.
Adalberto: Que bom, Jojô. Qual foi a bolsa premiada?
Marjorie: Que bolsa, garoto?
Adalberto: Você é designer de bolsas...
Marjorie: Mas nenhum prêmio de moda ia me deixar tão feliz quanto a façanha em ter ficado com o Efulcínio.
Adalberto: Quem é esse palavrão?
Marjorie: É um garoto de programa lindo, que eu conheci. Tem noção do que é ficar com um garoto de programa? O cara cobra para sair com todo mundo, mas comigo... É de graça! Para tudo, primo! Eu estou me sentindo a mulher mais gostosa do mundo!
Adalberto: E como vocês se conheceram?
Marjorie: Num posto de gasolina.
Adalberto: Você pediu para ele encher o tanque?
Marjorie: Não, seu cachorro! Eu não sou tão desprendida, assim, como a Lu. O meu cartão de débito não passava. Ele pagou para mim. Fomos para a minha casa, para eu dar o dinheiro para ele e tudo aconteceu.
Adalberto: Tudo o quê?
Marjorie: Aí, você já está querendo saber demais. O importante é que o Efulcínio é um garoto de programa. Isso é currículo, sabia? Fiquei com um garoto de programa e não paguei.
Adalberto: Só que esse nome dele não é nada curricular. Prefiro Adalberto.
Marjorie: O nome de trabalho dele é Rick Feroz.
Adalberto: Melhor que Efulcínio.
Marjorie: Eu namoraria com ele fácil.
E namorou até ontem, quando ele me ligou para dar a triste notícia.
Marjorie: Terminei com o Efulcínio.
Adalberto: Por quê?
Marjorie: A minha cabeça não trabalhou bem esse negócio de ele transar com todas as mulheres do Rio de Janeiro. Fora que não sobrava quase tesão para mim.
Adalberto: Ah, não foi você que disse que era bom namorar um garoto de programa, porque eles, sim, sabem dividir as coisas, separar o que é sexo e o que é amor?
Marjorie: Disse, sim. Mas o problema é que eu não soube fazer essa separação. E pirei.
Adalberto: Eu não sei como você aguentou tanto tempo.
Marjorie: Nem eu. A primeira semana ainda foi meio que novidade.
Adalberto: Claro. E você ainda estava com o ego lá nas alturas por estar namorando um garoto de programa.
Marjorie: A segunda já foi chata. A terceira pior ainda. E o ponto final foi porque ele ficou com a minha maior concorrente.
Adalberto: A Claudinha Sofia?
Marjorie: Exatamente.
Adalberto: Como você descobriu?
Marjorie: Ele o deixou lá em casa, quando eu estava chegando do trabalho. Vi na hora que ele saiu do carro dele. Queria fazer um escândalo, dar um ataque de ciúme...
Adalberto: E porque não deu?
Marjorie: Porque, para ele, ela é uma cliente como qualuer outra. Eu tive que engolir aquilo em seco, Adal.
Adalberto: Você é uma heroína.
Marjorie: Não sou, não. Não consegui mais transar com o Efulcínio, depois disso.
Adalberto: Melhor assim. Garoto de programa, agora, só no currículo! Vê se agora namora alguém com uma profissão, que tenha mais a ver com você.
Marjorie: Não, Adal, isso não existe. Uma profissão que tem mais a ver comigo? Estilista. Você conhece algum hétero, gato e que não seja casado?
Essa foi a pergunta mais difícil que a Marjorie já me fez.
Adalberto: Eu não sou dessa áre, Jojô. Mas deve ter algum, sim.
Marjorie: Adal, o mais importante é o amor.
Pior que é verdade. Não importa se é garoto de programa, gari, office boy ou pedreiro. Contanto que faça a minha prima feliz e fique bem longe da Claudinha Sofia... Aí, vale tudo.
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