domingo, 24 de novembro de 2013

Sara sai de casa mas, por pressão, se arrepende e volta

Ontem, quando eu abri a porta pra sair de casa, dei de cara com a Sara.

Adalberto: Que susto! O que você estava fazendo aí?

Ela estava com uma mala. E eu fiquei com medo, do que aquilo poderia significar.

Sara: Vim morar com você.

Adalberto: Hã? Como assim, morar comigo?

Sara: O Oswaldo disse pela terceira vez, só nesse mês, que eu preciso emagrecer. E eu já tinha falado pra na segunda vez, que ele falou essa besteira, que, da próxima vez, eu sairia de casa. Cumpri  o que disse. Vim morar com você, primo.

De jeito nenhum!

Adalberto: Sara, não tem problema nenhum você vir morar comigo, mas você não pode sair, assim, de casa. E os trigêmeos?

Sara: Eu vou buscá-los amanhã. Eles já estavam dormindo. Meus filhos vão morar comigo. E com o dindo deles.

Três crianças de dois anos, gritando pela minha casa o dia inteiro? Nããããããããããããããooooooooooo!

Adalberto: Sem problemas, mas e a creche deles? Como é que eles vão morar no Recreio e estudar em Niterói?

Sara: Eu boto eles numa creche aqui perto, ué.

Adalberto: Sara, você não pode meter os pés pelas mãos assim. As crianças já estavam acostumadas. Eles podem não se adaptar à mudança e isso pode trazer sérios problemas. Fora o trauma da separação dos pais, que com certeza vai afetar o psicológico deles. Depois, tem pai que não entende, porque o filho entrou pelo caminho das drogas, tá roubando, não quer trabalhar, só pensa em dormir, vive deprimido, chorando por qualquer besteira. É isso que você quer para os seus filhos?

Sara: Mas tem muita criança que não cresce assim.

Adalberto: É mas você tem trigêmeos. A probabilidade de isso acontecer, pra você, é multiplicada por três.

Sara: Ai, Jesus! Eu tô arrependida. O que eu faço, primo, me ajuda!

Adalberto: Volta pra casa agora!

Sara: Jamais!

Adalberto Que jamais o quê, tá maluca? Tô ligando pro Oswaldo pra resolver isso agora. Alô, Oswaldo, que palhaçada é essa de ficar chamando a minha prima de gorda? Olha só, cara, eu não tenho nada a ver com a vida de vocês dois, mas eu não posso receber a Sara na minha casa, porque estou com visitas, que vão ficar aqui um mês. E como você sabe bem, a Sara não trabalha e não tem renda. Ela vai ter que morar na rua, porque as outras primas também estão com visitas em casa e os meus pais idem. Tive que deixar a pobre coitada num abrigo, que recebe cracudo revoltado com a vida. Sabe aquela gente desacreditada, que quer matar o primeiro que aparece na frente? É com esse tipo de gente, que ela tá morando agora. Ah, você quer pedir desculpas pra ela? De joelhos? De joelhos, sim. Tem que ser de joelhos pra ela aceitar voltar pra casa. Então, vem aqui em casa agora. É o tempo de eu buscá-la nesse abrigo. Ah, quando chegar, interfona que ela desce. Aqui em casa tá cheio de gente, não cabe mais ninguém. Até já.

Sara: Primo, você é doido!

Adalberto: Resolvi seu problema. Ele disse que tá arrependido, que nunca mais vai fazer isso e que vai te pedir desculpas de joelhos. Tá bom assim?

Sara: Te amo. Me abraça. Brigada, tá?

Adalberto: De nada, amore. Agora, deixa eu ir lá, que eu tô atrasado pro aniversário de um amigo meu. Beijo, se cuida. E não faça mais isso!

Senão, sou eu que me ferro!

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