terça-feira, 15 de maio de 2012

Depressão de Rosanny abala as estruturas de Ane

Ontem, a Ane veio até a minha casa me pedir um favor.

Ane: Dez mil reais.

Adalberto: Hã?

Ane: Adal, eu preciso desse dinheiro urgentemente. Aliás, eu preciso de cinquenta mil. Vou pegar dez com você, dez com a Lu, dez com a Marjorie, dez com a Sara e eu vou dar mais dez.

Adalberto: Mas para que isso tudo, Ane? Onde foi que você se meteu agora?

Ane: Com o Sunshine.

Adalberto: Como assim? Quem é esse cara com nome de luz do sol?

Ane: É aquele que eu te falei, garoto. O que fingiu que me conhecia na fila do mercado, só para pedir o número do meu celular.

Adalberto: Lembro. Foi ele que te pediu essa grana toda?

Ane: Não. Ninguém me pediu.

Adalberto: Então para que é esse dinheiro?

Ane: Adal, você jura que não vai rir?

Putz! quando as minhas primas me pedem para eu não rir, eu já sei que vem bomba.

Adalberto: Juro.

Ane: Esse dinheiro é para patrocinar a turnê da Rosanny pelo interior do estado.

Adalberto: Rosanny é aquela que cantava "Como uma diva"?

Ane: Exatamente! E eu ovulo com essa música até hoje. Me sinto a própria diva.

Adalberto: Mas o que é que tem a ver Rosanny com o Sunshine.

Ane: O Sunshine é ex-marido da Rosanny.

Adalberto: Mentira! Você está ficando com o ex-marido da Rosanny?

E o Santo das Risadas dos Momentos Inoportunos baixou em mim.

Ane: Adal, você jurou que não ia rir.

Adalberto: E você não me falou que ia contar uma piada! Você está ficando com o ex-marido da Rosanny e não quer que eu ria? Conta para mim: você se sente uma diva, quando está com ele?

Não consegui mais levar o assunto a sério.

Ane: Para, Adal. A coisa é séria. Eu não consegui nem beijar o Sunshine, depois que ele me contou isso. Eu adoro ela, tenho todos os LPs dela, você sabe disse. Eu fui sósia dela na época do colégio.

Adalberto: Jamais me esquecerei de você sendo carregada por aqueles dois negões na apresentação de fim de ano do colégio, cantando "Como uma diva". O teu pai quase teve um treco.

Ane: Eu arrasei naquele dia!

Adalberto: Arrasou com a harmonia da nossa família. Você era muito nova para ficar fazendo dancinha sensual com dois armários, Ane.

Ane: Ah, eu não estava nem aí para vocês. Eu era uma diva!

Adalberto: Eu sei disso. Mas me fala o por quê dos cinquenta mil.

Ane: Cara, a Rosanny ficou deprimida, depois que terminou com o Sunshine. Ele gosta dela mas como amiga. Não quer mais relacionamento com ela.

Adalberto: E você está querendo patrocinar a turnê da Rosanny para impressionar o peguete?

Ane: Adal, ele não é meu peguete. Tem noção de que a gente foi para um motel e não transamos?

Adalberto: Por quê?

Ane: Eu não consegui. Travei. A Rosanny está mal por causa do cara. É muita falta de respeito. Eu sou fã número zero dela, primo. Quando o Sunshine me contou essa história, eu só fazia chorar. Chorei copiosamente por pena da Rosanny.

Adalberto: Azar o seu. Eu não sou fã número zero da Rosanny e não vou te dar dinheiro para patrocinar a tunê dela pelo interior do estado.

Ane: Mas o Sunshine disse que ela quer se matar. E essa turnê seria uma oportunidade para ela sair da depressão. Você precisa ajudar.

Adalberto: Eu ajudo. Manda a Rosanny vir aqui em casa, que eu ajudo. Tem tanta louça aqui para ela lavar., que logo, logo, essa depressão dela vai embora e, assim quem sabe, ela volta a se sentir "Como uma deusa"...

Ane: Ridículo você! Tchau!

Adalberto: Tchau.

A Ane é assim: sem classe. Nunca será uma diva...

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