Um telefone com o DDD 22 me ligou ontem às dez da manhã. Eu estava dormindo, não fazia ideia de quem poderia ser e não queria por nada desse mundo atender. Mas desafiei o destino e me prometi que, se o meu celular tocasse mais de cinco vezes, era para eu ver responder. No sexto toque...
Lu: Caraca, garoto, pensei que não fosse atender essa bosta.
Adalberto: Lu, onde você está?
Lu: Em Macaé.
Adalberto: O que você foi fazer aí?
Lu: Eu vim conhecer o um homem casado.
Adalberto: Lu, eu já te falei que homem casado não dá futuro.
Lu: Mas ele vai terminar com a mulher para ficar comigo.
Adalberto: É mentira. Só três por cento faz isso, segundo uma matéria que eu li.
Lu: OK. O Claudinelson faz parte desses três por cento.
Adalberto: Tomara. Esses caras, geralmente, vêm com esses papinhos, até comer a mulher. Depois somem.
Lu: Mas eu falei isso para ele. Que se fosse só para me comer, eu não ia sair da minha casa.
Adalberto: E ele?
Lu: Ele não me comeu até agora.
Adalberto: Pô, legal.
Lu: Legal? Adal, eu estou aqui desde sexta-feira dormindo sozinha em uma enorme e nada.
Adalberto: Lu, eu não te entendo. Você queria que o cara fizesse o quê? Te comesse?
Lu: Lógico. Hoje é domingo, Adal. Ele podia ter me respeitado só na primeira noite.
Adalberto: Mas, assim, você não ia ter certeza das boas intenções do cara com você.
Lu: É. Mas, agora, eu não tenho certeza se ele quer alguma coisa comigo.
Adalberto: Por que não?
Lu: Porque eu já passei na frente dele de babydoll, de calcinha e sutiã, só de calcinha e, ainda há pouco, passei completamente nua. E nada. NA-DA! Você acredita nisso?
Não. Mas eu não tinha coragem de estragar o fim de semana dela.
Adalberto: Acredito.
Lu: Mas eu não. E estou fula da vida com ele. Acho vou terminar.
Adalberto: Mas terminar o quê? Vocês ainda nem começaram a namorar...
Lu: Ah, sei lá, então. Eu quero gritar.
Adalberto: Gritar o quê, Lu? Está maluca?
Lu: Adal, eu quero DAR!
Adalberto: Lu, segura essa periquita! No fim de semana que vem ele, com certeza, vai te comer.
Lu: Tem certeza?
Adalberto: Não.
Lu: Então, você me desculpa, mas eu vou dar o meu jeito. Beijo.
Medo! Tentei ligar para ela de volta e nada.
No fim do dia, estava eu assistindo uma matéria com a Susana Vieira no fantástico, quando bateram insistentemente a minha porta.
Que droga!
Não chegou a surpresa mais inesperada do dia. Mas eu juro que, àquela hora da noite, eu não estava mais esperando por ela.
Adalberto: Lu?
Lu: Preciso de um ombro amigo.
Adalberto: Serve uma perna amiga? Fiz avaliação física na sexta e o instrutor voltou a reclamar da minha escoliose.
Lu: O Claudinelson terminou comigo.
Adalberto: Ele te comeu?
Lu: Não. Ele me pegou transando com um menino quinze anos mais novo do que eu na sauna do hotel.
Adalberto: Lu, você é maluca.
Lu: Adal, eu precisava resolver o meu problema.
Adalberto: E acabou criando outro.
Lu: Pois é.
Adalberto: E agora?
Lu: Ele vai continuar com a mulher.
Adalberto: E você?
Lu: Estou me sentindo um lixo.
Adalberto: Isso se chama orgulho ferido.
Lu: Vamos mudar de assunto?
Adalberto: Vamos. E o menino?
Lu: É uma gracinha.
Adalberto: Ele mora em Macaé?
Lu: Não. Só foi passar o Dia dos Pais com o pai dele. A gente voltou junto no mesmo ônibus.
Adalberto: Vocês estão namorando?
Lu: Estamos.
Adalberto: Então, nem tudo está perdido.
Lu: É. Mas era uma questão de honra dar para o Claudinelson.
Adalberto: Mas fala do menino? Ele é mesmo quinze anos mais novo do que você?
Lu: Sou. E daí?
Adalberto: Você é louca.
Lu: Ai, não quero falar sobre isso, Adal.
Adalberto: Tudo bem.
Ainda estava passando a matéria com a Susana Vieira na televisão, e me ocorreu uma coisa: a Lu não é tão louca, por namorar um menino quinze anos mais novo do que ela. Tem gente pior...
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Adorei ! É isso mesmo, vi a entrevista e concodo plenamente !
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