segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Orgulho ferido desperta o Projeto Susana Vieira que há em Lu

Um telefone com o DDD 22 me ligou ontem às dez da manhã. Eu estava dormindo, não fazia ideia de quem poderia ser e não queria por nada desse mundo atender. Mas desafiei o destino e me prometi que, se o meu celular tocasse mais de cinco vezes, era para eu ver responder. No sexto toque...

Lu: Caraca, garoto, pensei que não fosse atender essa bosta.

Adalberto: Lu, onde você está?

Lu: Em Macaé.

Adalberto: O que você foi fazer aí?

Lu: Eu vim conhecer o um homem casado.

Adalberto: Lu, eu já te falei que homem casado não dá futuro.

Lu: Mas ele vai terminar com a mulher para ficar comigo.

Adalberto: É mentira. Só três por cento faz isso, segundo uma matéria que eu li.

Lu: OK. O Claudinelson faz parte desses três por cento.

Adalberto: Tomara. Esses caras, geralmente, vêm com esses papinhos, até comer a mulher. Depois somem.

Lu: Mas eu falei isso para ele. Que se fosse só para me comer, eu não ia sair da minha casa.

Adalberto: E ele?

Lu: Ele não me comeu até agora.

Adalberto: Pô, legal.

Lu: Legal? Adal, eu estou aqui desde sexta-feira dormindo sozinha em uma enorme e nada.

Adalberto: Lu, eu não te entendo. Você queria que o cara fizesse o quê? Te comesse?

Lu: Lógico. Hoje é domingo, Adal. Ele podia ter me respeitado só na primeira noite.

Adalberto: Mas, assim, você não ia ter certeza das boas intenções do cara com você.

Lu: É. Mas, agora, eu não tenho certeza se ele quer alguma coisa comigo.

Adalberto: Por que não?

Lu: Porque eu já passei na frente dele de babydoll, de calcinha e sutiã, só de calcinha e, ainda há pouco, passei completamente nua. E nada. NA-DA! Você acredita nisso?

Não. Mas eu não tinha coragem de estragar o fim de semana dela.

Adalberto: Acredito.

Lu: Mas eu não. E estou fula da vida com ele. Acho vou terminar.

Adalberto: Mas terminar o quê? Vocês ainda nem começaram a namorar...

Lu: Ah, sei lá, então. Eu quero gritar.

Adalberto: Gritar o quê, Lu? Está maluca?

Lu: Adal, eu quero DAR!

Adalberto: Lu, segura essa periquita! No fim de semana que vem ele, com certeza, vai te comer.

Lu: Tem certeza?

Adalberto: Não.

Lu: Então, você me desculpa, mas eu vou dar o meu jeito. Beijo.

Medo! Tentei ligar para ela de volta e nada.

No fim do dia, estava eu assistindo uma matéria com a Susana Vieira no fantástico, quando bateram insistentemente a minha porta.

Que droga!

Não chegou a surpresa mais inesperada do dia. Mas eu juro que, àquela hora da noite, eu não estava mais esperando por ela.

Adalberto: Lu?

Lu: Preciso de um ombro amigo.

Adalberto: Serve uma perna amiga? Fiz avaliação física na sexta e o instrutor voltou a reclamar da minha escoliose.

Lu: O Claudinelson terminou comigo.

Adalberto: Ele te comeu?

Lu: Não. Ele me pegou transando com um menino quinze anos mais novo do que eu na sauna do hotel.

Adalberto: Lu, você é maluca.

Lu: Adal, eu precisava resolver o meu problema.

Adalberto: E acabou criando outro.

Lu: Pois é.

Adalberto: E agora?

Lu: Ele vai continuar com a mulher.

Adalberto: E você?

Lu: Estou me sentindo um lixo.

Adalberto: Isso se chama orgulho ferido.

Lu: Vamos mudar de assunto?

Adalberto: Vamos. E o menino?

Lu: É uma gracinha.

Adalberto: Ele mora em Macaé?

Lu: Não. Só foi passar o Dia dos Pais com o pai dele. A gente voltou junto no mesmo ônibus.

Adalberto: Vocês estão namorando?

Lu: Estamos.

Adalberto: Então, nem tudo está perdido.

Lu: É. Mas era uma questão de honra dar para o Claudinelson.

Adalberto: Mas fala do menino? Ele é mesmo quinze anos mais novo do que você?

Lu: Sou. E daí?

Adalberto: Você é louca.

Lu: Ai, não quero falar sobre isso, Adal.

Adalberto: Tudo bem.

Ainda estava passando a matéria com a Susana Vieira na televisão, e me ocorreu uma coisa: a Lu não é tão louca, por namorar um menino quinze anos mais novo do que ela. Tem gente pior...

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