Ontem, a Ane bateu com o carro e eu estava dentro. Apesar de o veículo ter ficado com a frente toda amassada, não sofremos nenhum arranhão. Nem nós nem o carinha da Kombi, que queria matar a minha prima.
Carinha da Kombi: Eu quero matar você.
Adalberto: Olha só, amigo, vamos acalmar. O carro da minha prima tem seguro. Fica tranqüilo, que tudo vai ser pago.
Carinha da Kombi: Mas eu vou ficar sem fazer frete. Você vai pagar as minhas contas?
Óbvio que não.
Adalberto: Amigão, vamos resolver um problema de cada vez, por favor.
Ane: Pelo menos, ficou todo mundo bem.
Adalberto: É. A gente nem vai precisar ir para hospital.
Nisso, uma senhorinha fofoqueira, que estava lá olhando a batida se meteu na nossa conversa.
Senhorinha fofoqueira: É... Outro dia um cara morreu minutos depois de ter batido. Ele também achava que estava bem e foi andando para casa. Não aguentou nem chegar à esquina. A bacia descolou e ele morreu. Fazer o quê? Não quis ir para o hospital...
Adalberto: Vamos para o hospital agora.
Ane: Por que, Adal?
Adalberto: Por quê? Quem garante que a nossa bacia não está descolada.
Fui com a Ane e o carinha da Kombi numa ambulância para o Lourenço Jorge. A Ane, por ser mulher, teve preferência de ir na maca.
Ane: Ai, que chique, estou me sentindo num filme de ação.
Só que alegria de pobre dura pouco. Um rapaz, que também acabara de bater com o carro e estava inconsciente, foi socorrido pela nossa ambulância. A Ane foi educadamente retirada da maca pela enfermeira para dar lugar ao acidentado.
Ane: Que droga!
Mas quando ela viu o cara, mudou de opinião.
Ane: Que tudo!
Adalberto: Como assim?
Ane: Esse cara era o meu sonho da adolescência. Eu estudei com ele no Instituto Pio XI. Ele é metido mas é uma delícia.
Enfermeira: Alguém sabe fazer respiração boca-a-boca. Eu estou convalescendo de uma gripe.
Ane: Eu! Eu fiz curso de socorrista.
Que mentira. A cara de pau fez respiração boca-a-boca no pobre coitado com direito a língua.
Quando recebemos alta do Lourenço Jorge, fui com o carinha da Kombi acionar o reboque dos veículos. A Ane ainda ficou por lá. Ela esperou o acidentado que estudou com ela sair. De lá, eles foram para a casa dela, terminar o que ele nem sabia que havia começado na ambulância.
terça-feira, 13 de setembro de 2011
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