quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Amizade com Lu fica por um fio, mas quem é princesa nunca perde a majestade

Na quinta-feira passada, saí do trabalho cedo. Estava muito calor e eu precisava de um chope bem gelado. Um, não. Vários. Resolvi convidar a Lu para essa missão.

Lu: Alô, seu cachorro vira-lata.

Adalberto: É assim que você atende a ligação do seu primo amado?

Lu: É, sim! Não, quer dizer, não é, não. Agora, eu sou uma princesa. Tenho que ter bons modos.

Adalberto: Princesa do funk.

Lu: Vira essa boca para lá, Adal.

Adalberto: Por quê? Você adora funk.

Lu: Agora, eu odeio.

Adalberto: Por quê?

Lu: Mudei. Estou num momento novo da minha vida.

Adalberto: Que tal, então, comemorarmos esse seu momento tomando muitos chopes?

Lu: Não bebo mais.

Adalberto: Como assim?

Deixar de gostar de funk eu aceitei, mas deixar de beber... Só podia ter alguma coisa errada com a Lu.

Adalberto: Não estou te reconhecendo, Luluzita.

Lu: Eu já te falei. Agora, eu sou uma princesa.

Adalberto: E o que consiste isso?

Lu: Consiste que, todas as quintas-feiras, eu freqüento o Culto das Princesas, da pastora Sarah Sheeva.

Adalberto: Sarah Sheeva não é filha da Baby do Brasil?

Lu: É. Mas ela não gosta de vincular à imagem dela a da mãe.

Adalberto: Ah, não? Então, ela gosta de vincular à imagem dele a de quem?

Lu: A de uma princesa.

Adalberto: Ah, tá. E o grupo de música que ela tinha com as outras irmãs?

Lu: Cruzes, Adal. Vira essa boca para lá. Se você pergunta isso para ela, vai levar um tapa na cara.

E tapa na cara é coisa de princesa? Agora, a Lu acionou o meu instinto selvagem.

Adalberto: Agora, eu quero ir lá. Quero saber que Culto das Princesas é esse que te transformou e ver se ela vai bater na minha cara, porque eu sei que ela é filha da Baby do Brasil ou porque eu me lembro do tempo que ela cantava com as irmãs. Quero ver a princesa descer do salto.

Lu: Adal, você não pode entrar. No Culto das Princesas só entra mulher.

Pelo visto, o Culto das Princesas é um Clube da Luluzinha. E o meu instinto selvagem foi dissipado por uma necessidade mais urgente.

Adalberto: Então, Lu. Seja feliz com a tua nova religião e um dia, quem sabe, a gente volta a ser amigos.

Amizade, para mim, está diretamente relacionada a gostar e/ou poder tomar chope num bar.

Lu: Está bom, então. Pelo visto, o fato de eu não gostar mais de funk nem de tomar chope me impede de ser sua amiga.

Claro que sim.

Adalberto: Claro que não.

Lu: Então, fique à vontade em me ligar a hora que você quiser marcar alguma coisa comigo ou mesmo que seja só para conversar por telefone.

Sem cerveja no meio? NUNCA!

Adalberto: Beleza. Eu te ligo para a gente marcar, então, alguma coisa.

Lu: Está ok. Agora, deixa eu ir para o meu Culto das Princesas.

Adalberto: Beijo.

Lu: Tchau.

Nem beijo a Lu mandava mais por telefone. Vai ver beijo não é coisa de princesa.

Hoje, fui surpreendido por uma ligação dela na hora do almoço. Pensei duas vezes antes de atender. Não estava com paciência de ouvir ladainha de fanático religioso.

Respirei fundo e pensei positivo.

Adalberto: Oi, meu amor.

Lu: Vamos ao Baile das Princesas?

Acho que não tinha ouvido bem. Me fiz de desentendido?

Adalberto: Mas o Culto das Princesas não é só para mulher?

Lu: Ih, garoto, Culto das Princesas é coisa do passado. Eu estou te chamando para o Baile das Princesas. O MC Marcinho vai cantar.

E a religião? Por que ela decidiu largar? Tinha homem no meio? Será que ela brigou com a Sarah Sheeva? Ou tinha alguma coisa a ver com a Baby do Brasil? Mas o quê? Eram tantas perguntas que eu queria fazer...

Resolvi segurar minha ansiedade e deixar para questioná-la outro dia, quando essa história estivesse mais enterrada.

Adalberto: Baile das Princesas? Com o MC Marcinho? Óbvio. É mais certo eu ir do que uma mulher fruta, Lulu! Mas com um detalhe.

Lu: Qual garoto?

Adalberto: Você vai ter que beber todas comigo. Todas, não. Todas e mais três.

A risada da Lu foi a melhor resposta.

A noite promete!

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