terça-feira, 1 de novembro de 2011

Revolta travestida de depressão pós-parto de Sara provoca multas de trânsito gravíssimas

Ontem a Sara me ligou com uma informação atrasada.

Sara: Adal, eu estou com depressão pós-parto.

Adalberto: Como assim?

Sara: Depressão pós-parto, ué. Eu sinto vontade de amarrar os bebês no ventilador ligado, ou jogá-los daqui sexto andar, ou afogá-los na banheira de hidromassagem. O que você acha que é isso?

Adalberto: Loucura, sei lá. Qualquer coisa. Menos depressão pós-parto. Você já teve os trigêmeos há um mês e meio.

Sara: E daí?

Adalberto: Daí que a sua depressão pós-parto está há mais de um mês atrasada.

Sara: Você acha?

Adalberto: Não. Eu tenho certeza.

Sara: Então, vem aqui ficar comigo, antes que eu faça uma besteira.

Adalberto: Está bem, eu vou. Mas se você fizer alguma coisa com os meus afilhados, eu te denuncio na Polícia.

Sara: Fica tranqüilo. E dirige com cuidado.

Fui voando. Contei uns sete radares, por onde passei do limite de velocidade. E, por três vezes, quase bati com o carro. Minha mãe recebeu uns 300 xingamentos.

Quando cheguei à casa da minha prima, descobri o real motivo da depressão (nada) pós-parto.

Sara: O Oswaldo não para em casa. E eu não posso ir atrás dele com esses bebês.

Adalberto: Então, o problema é esse?

Sara: Mais ou menos.

Adalberto: Como assim mais ou menos?

Sara: Não poder seguir os passos do meu marido me irrita profundamente.

Adalberto: E onde é que ficar profundamente irritada tem alguma coisa a ver com depressão pós-parto?

Sara: Ai, Adal, não faz pergunta difícil.

Adalberto: Então, não torna as coisas mais difíceis!

Sara: Mas eu não posso evitar um sentimento.

Tive que apelar para uma mentira.

Adalberto: Ah, não? Então, está bem. Eu gravei toda a nossa conversa pelo telefone, você falando que queria jogar as crianças pela janela, amarrar no ventilador, coisa e tal. O que você acha de eu levar esse registro na Polícia e você perder a guarda dos bebês?

Sara: Não, primo. Sem os meus filhos, eu morro.

Era isso que eu precisava ouvir. Ela é louca, mas não rasga dinheiro.

Saí de lá com a certeza de que nada iria acontecer com os meus afilhadinhos. Definitivamente, o que a Sara fala não se escreve.

Agora, o problema vai ser pagar as multas...

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