Ontem, quando eu acabava de me arrumar para ir a um festão de uma promoter, amiga do novo namoradinho da Ane, uma surpresa bateu a minha porta.
Adalberto: Ane?
Ane: Adal, eu quero me matar.
Adalberto: Ane, não começa. Deixa para se matar depois da festa. O Clebson ficou lá embaixo?
Ane: Não. A gente terminou.
Adalberto: Como assim terminou? E a festa?
Ane: Não tem mais festa.
Adalberto: Quem disse que não tem mais festa?
Ane: Eu. Como é que a gente vai a uma festa, em que não fomos convidados? A gente ia com o Clebson.
Eu juro que ainda entro para a política, só para decretar a lei de que torna irrevogável o convite de namorados para festas, ainda que a relação venha a acabar na véspera do evento.
Esses imprevistos têm que ser previstos por lei!
Adalberto: E agora? O que é que eu faço essa a roupa caríssima, que eu comprei? Com esse sapato? Com o perfume? Eu parcelei tudo em dez vezes para nada?
Ane: Adal, você está mais preocupado com a festa do que com o meu relacionamento. Acho que seria educado da sua parte perguntar o que aconteceu.
Ups, verdade!
Adalberto: O que aconteceu?
Ane: Sabe a Luiza, que estava no Canadá?
Adalberto: Ane, agora eu estou falando sério. Para com essa brincadeira boba de Luiza, que estava no Canadá, e me diz o que aconteceu.
Ane: O Clebson vai levar a Luiza, que estava no Canadá, para a festa no meu lugar.
Eu não conseguia acreditar no que estava ouvindo mas, ao mesmo tempo, sentia vontade de rir.
A Ane estava falando sério. E isso fazia a história ficar engraçada.
Adalberto: Eu não estou acreditando nisso.
Ane: Pois é. Nem eu acreditei. Fiz tanta piada com essa desgraçada no Facebook, sem imaginar que nós estávamos a um namorado de distância.
Adalberto: Mas como o Clebson conheceu a Luiza?
Ane: A Luiza foi para o Canadá para esquecer o Clebson. Eles namoraram durante anos, mas ele terminou com ela.
Adalberto: E por que voltou agora?
Ane: Porque é um interesseiro e quer se aproveitar da fama da garota.
Adalberto: Que droga. Eu vou passar as faturas do meu cartão para o Gerardo Rabello pagar. A filha dele é a culpa por eu ter gastado um dinheirão à toa. E agora?
Ane: Agora, eu vou chorar na cama, que é lugar quente. Vem comigo?
Adalberto: Não sei. Posso pensar?
Ane: Pode. Fica pensando aí, enquanto eu durmo no seu quarto.
Adalberto: Está bem, pode ir lá. Ligar o ar.
Ane: Pode deixar.
Fiquei à noite inteira, pensando em criar um meme para conseguir um repercurssão maior do que a Luiza. Não queria mais essa vida de ficar à sombra de outras pessoas. Queria me tornar a mais nova celebridade virtual e ser convidado para todas as festas mais incríveis do Rio, do Brasil, do mundo!
Quando deram cinco horas da manhã e eu ainda não havia chegado a lugar algum, resolvi que já era de dormir.
Decidi que, na segunda-feira, iria ao shopping tentar devolver tudo o que comprei e pegar o meu dinheiro de volta.
Essa, por hora, era a minha melhor ideia.
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Até as primas conheceram e se lascaram com a Luiza. Essa foi ótima !
ResponderExcluirque bom que gostou. beijo!
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