sábado, 13 de julho de 2013

Sara faz drama sobre mudança, mas Niterói é logo ali

Na quarta-feira passada, a Sara me ligou. Disse que precisava falar comigo e com as primas.

Adalberto: Mas não pode ser por telefone?

Sara: Não, primo, é coisa séria. Você pode vir hoje, à noite, aqui em casa? Já falei com as meninas, elas vão vir.

Adalberto: Tudo bem.

À noite, na hora marcada, eu estava lá. Preocupadíssimo. Ane, Marjorie e Lu estavam menos apreensivas, mas preocupadas. Tudo de ruim passava pela minha cabeça: doença, morte, divórcio, traição, abandono, desemprego e despedida.

Sara: A gente está indo embora.

Caramba, era uma despedida. Era o último item da minha listinha! Dei um ataque histérico.

Adalberto: Como assim? Nãããããããããããão!

E fiz mais cara de choro, do que chorei propriamente.

Marjorie: Calma, garoto, deixa ela falar. Fala para a gente, prima. Para onde vocês vão?

Sara: Niterói.

Adalberto, Ane, Marjorie e Lu: Ã?

Sara: Eu sei que vocês vão ficar decepcionados comigo, mas eu quero que vocês entendam, que os trigêmeos já vão fazer dois aninhos e esse apartamento está cada vez mais ficando pequeno para nós cinco. A gente precisa de mais espaço. Eu preciso de mais espaço. E Niterói foi o lugar mais perto do Rio, que a gente conseguiu um apartamento grande, com um preço bom. Mesmo assim, não foi uma bagatela, não. O efeito-Olimpíadas valorizou o lado de lá também.

Ane: Ah, então, vocês já compraram o imóvel?

A Sara respondeu com medo. Gaguejou e tudo para falar uma palavra monossílaba.

Sara: Já.

Marjorie: São quantos quartos lá?

Sara: Cinco.

Adalberto: Grande, né?

Sara: É.

Lu: E o que você vai fazer com esse apartamento aqui do Méier?

Sara: Alugar.

Lu: Ótimo, adoro! Faz o seguinte, prima: aluga para mim, que eu vou sair do meu lá de Del Castilho e venho para cá. Eu também preciso de mais espaço e esse apartamento é maior do que o meu. Eu alugo lá e, com o dinheiro, alugo esse aqui. Mas é para me cobrar baratinho, hein!

Sara: Ok.

Lu: Pronto, resolvido. Niterói é logo a li e nada vai mudar nas nossas vidas. A gente vai continuar se vendo com a mesma regularidade. Ou seja, sempre.

Sara: É?

Adalberto: Claro!

Marjorie: Achou que ia se livrar da gente, só porque está indo para o outro lado da poça?

Ane: Não é assim, não.

Marjorie: Claro que não!

Lu: E nessa eu ainda saí lucrando. Olha, já vou deixar a escova de dente, que eu carrego na bolsa aqui. Vou marcar território. Agora, não pode voltar atrás, hein! Isso aqui já é meu. Estou em casa!

Sara: Boba, aqui já era a sua casa. E de todos vocês. Achei que vocês iam ficar tristes, chateados.

Marjorie: Mas não tem motivo, prima.

Adalberto: A gente ia ficar chateado, se você fosse para Marte. Não para Niterói.

Ane: É. E você fez um drama, como se estivesse indo para Marte mesmo.

Lu: Gente, vamos deixar Marte um pouquinho de lado, e vamos ali no bar do Julinho tomar umas cervejinhas para comemorar?

Sara: Ih, prima, hoje tem sopão no Julinho. Lá está cheio, não tem lugar para a gente sentar.

Lu: Não tem problema. A gente compra cerveja e trás para cá. Aqui não é minha casa agora? Então, vamos  fazer o meu open house e o seu bota-fora. Vamos lá. Tem garrafa de cerveja vazia aí?

Sara: Não. Mas o Julinho deixa a gente trazer para casa, contando que a gente devolva depois.

Lu: Adoro. É bom que já vou fazer esse esqueminha com ele. Adoro conchavo com dono de boteco. É mais importante do que farmácia. Partiu, gente!

E bebemos no ex-apartamento da Sara e atual Lu até o dia amanhecer.

Que venham novas mudanças e motivos para outras comemorações!

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