Era 1h da manhã de uma quinta-feira, quando o telefone tocou:
Lu: Porra, que demora pra atender telefone.
Adalberto: Lu, amanhã, eu trabalho cedo.
Lu: Mas ainda são onze horas.
Adalberto: Só se for no Equador.
Lu: A Ane é uma galinha.
Adalberto: É? Novidade...
Lu: Não quer saber o que eu vim fazer aqui em Madureira, não, é?
Adalberto: Agora, não. Depois, você me conta. Beijo.
Lu: Adal, eu tô aqui no Equador, dormindo no chão frio de uma escola.
Perdi o sono na mesma hora. A Lu me dá medo.
Adalberto: Você não estava em Madureira há menos de um minuto.
Lu: Ainda tô. O Equador é uma grande Madureira, né?
Adalberto: Como assim?
Lu: Como assim? Com um vulcão, que entrou em erupção depois de 18 anos.
Adalberto: Lu, você saiu daqui de casa anteontem, dizendo que ia ajudar o Genésio num trabalho a semana inteira.
Lu: Foi. Eu tive que me fingir de prostituta.
Adalberto: Por quê?
Lu: Porque o negócio que ele ia fazer era sobre as prostitutas de Copacabana.
Adalberto: O Genésio faz o quê?
Lu: O nome é parecido com o teu, mas não é Comunicação Social, não.
Adalberto: Assistente social?
Lu: Isso!
Adalberto: Ah, tá. Ele tá aí com você?
Lu: Não. Eu vim com o Gaspar.
Adalberto: Quem é esse?
Lu: É o cara que eu fiz programa.
Adalberto: Mentira.
A Lu deu uma risada e nada mais.
Adalberto: Você é louca.
Lu: Não resisti, primo.
Adalberto: E o Genésio?
Lu: Sei lá desse homem, Adal. A fila andou.
Adalberto: E o vulcão?
Lu: Quero que essa porra se exploda. Não! De novo, não. Não sei de vulcão, Adal. Me tira desse lugar sujo.
Adalberto: Como? O que eu posso fazer?
Lu: Se vira. Me ajuda.
Adalberto: Vou ligar pra Luciana, aquela minha amiga do Pio XI.
Lu: Pra quê?
Adalberto: Ela tem um amigo que mora aí, no Equador. Talvez ele possa te ajudar.
Lu: Ai, faz esse favor, primo. Não vou conseguir dormir nesse chão gelado.
Adalberto: Tá. E cadê o Gaspar?
Lu: O vulcão destruiu a casa dele. Pra não ficar na rua, ele voltou pra ex-mulher.
Adalberto: E deixou você aí sozinha?
Lu: Deixou.
Adalberto: Porra, que safado.
Lu: Homem não presta.
E mulher também, não. A Luciana, minha amiga do Pio XI, fez a ponte entre o Miguel, amigo dela, e a Lu. Só que essa ponte permitiu um acesso sem barreiras entre os dois.
A Lu foi passar um tempo na casa do Miguel, até conseguir sacar o dinheiro da passagem que eu enviei. A casa de câmbio, que fez a remessa, me garantiu que a grana chegaria em até cinco dias. Já faziam 15 e nada de notícias da Lu. Achei estranho. O pior é que ela não me deixou o telefone da casa do Miguel.
Ainda bem. A mulher dele, que também foi megasolidária com a Lu, percebeu que estava fazendo papel de trouxa na situação. Ela descobriu uma amizade além do normal entre a Lu e o Miguel e também entrou em erupção.
Fui entender a história toda aqui, em casa, no almoço de boas-vindas da Lu, organizado pela Ane, que sabia de tudo desde sempre, mas não me contou nada. Galinha!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
caracaaaaaa essa Lu é louca ho mulherzinha q gosta de fazer exercícios com o seu corpitooooo
ResponderExcluirkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
a Lu é uma coisa de louco mesmo. eu me divirto.
ResponderExcluirdescobri esse blog sem querer. li tudo em um dia. muito bom.
ResponderExcluir