Nem me lembro quando foi, mas outro dia, estávamos eu e Ane no Rio Sul, quando ela me chamou pra tomar um yogolove:
Adalberto: Por que você não fala yogoberry, igual a todo mundo?
Ane: Porque eu prefiro yogolove.
Adalberto: Eu prefiro pepsi, mas não me lembro de, em alguma vez na vida, ter chamado alguém pra tomar uma pepsi.
Ane: Tá bom, Adal. Entendi. Agora, vamo.
Adalberto: Eu vou te acompanhar, mas não vou tomar yogoberry, não.
Ane: Por quê?
Adalberto: Porque esse negócio tem gosto de cecê.
Ane: Já lambeu cecê?
Adalberto: Não, mas já tomei yogoberry. Dá no mesmo.
Ane: Mas eu te falei que yogolove é melhor do que yogoberry.
Adalberto: Mas era yogolove!
Ane: Então, porque você falou que era yogoberry?
Adalberto: Pelo mesmo motivo que eu falo que bebo coca, e não pepsi.
Ane: Ai, que besteira isso.
Adalberto: Besteira, não. Metonímia.
Quando a gente chegou ao quiosque do yogolove, uma surpresa desagradável:
Ane: Que cheiro ruim é esse?
Adalberto: Não sei, mas eu acho que vem do vendedor.
Ane: Sério?
Adalberto: Arrã. É cecê isso.
Ane: Ai, que nojo. Será que não é do yogolove?
Adalberto: Não. Vem dele. Se bem que, sei lá, acho que eles só selecionam gente que tem cecê pra trabalhar nesse lugar.
Ane: Por quê?
Adalberto: Pra colocar no yogoberry, ué.
Ane: Acho que vou desistir.
Adalberto: Decide. Você tá a uma pessoa de escolher o tamanho e o número de tops do seu yogoberry.
Vendedor cecezento: Pois não, senhora. Qual o tamanho e o número de tops que a senhora vai querer pro seu yogoberry?
Ane: Ué, mas aqui não é o yogolove?
Vendedor cecezento: Desculpa, senhora. É que eu trabalho nas duas redes. Saio de uma e emendo logo na outra. Não dá nem tempo de tomar banho.
Adalberto: Mesmo que tivesse tempo, ele não tomaria banho. É o trabalho dele.
Vendedor cecezento: Oi, senhor?
Adalberto: Nada, não. Estava ajudando ela a escolher.
Mas o nojo que a Ane sentiu do vendedor cecezento e do yogoberry falou mais alto:
Ane: Na verdade, eu entrei na fila pra pedir informação. Eu não quero yogolove, não. Tô procurando a loja de roupa da Lady Gaga. Sabe onde fica?
Vendedor cecezento: Desculpa, senhora, mas informação é no quiosque ao final do corredor.
Ane: Tá bom, brigada.
Adalberto: Existe loja de roupa da Lady Gaga?
Ane: Não sei, deve existir. E, se não existe, essa maluca já deve estar pensando em criar. Era só uma desculpa.
Adalberto: Ah, tá.
Ane: Onde a gente vai agora, Adal?
Adalberto: Me deu sede. Vamo tomar uma coca?
Ane: Vamo. Mas eu quero coca de verdade.
Adalberto: Azar o seu.
Depois desse dia, a Ane nunca mais me chamou pra tomar um yogoberry.
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