Há umas duas semanas, tentei marcar um jantar com as minhas primas. Ao telefone com a Marjorie, descobri que, com exceção da Sara, as outras não estava se falando:
Adalberto: Por quê?
Marjorie: Sabe a festa do Halloween?
Adalberto: Não.
Marjorie: Eu fui com a Lu e a Ane numa festa de Halloween.
Adalberto: E daí?
Marjorie: A gente estava numa onda de pegar geral. Fomos com fantasias iguais pra confundir, mas isso acabou sendo o motivo da nossa briga.
Adalberto: Por quê?
Marjorie: Lembra do Ezequiel, de Del Castilho?
Adalberto: Aquele que a Lu namorou?
Marjorie: Isso. Ela só faltou me matar, quando me viu beijando o irmão gêmeo dele.
Adalberto: Por quê?
Marjorie: Porque ela achou que fosse ele. Ela falou no começo da festa pra gente não ficar com o Ezequiel.
Adalberto: Eu jamais em toda a vida soube que o Ezequiel tinha um irmão gêmeo.
Marjorie: É porque ele era padre.
Adalberto: E você sabia disso?
Marjorie: Descobri lendo jornal. A matéria falava da gravidez de uma freira. O pai do bebê era o irmão dele. Mas quando eu vi a foto, achei que fosse o Ezequiel. Só quando li o texto, vi que se tratava de um irmão gêmeo.
Adalberto: Que loucura.
Marjorie: Loucura foi a Lu tentando me bater.
Adalberto: E cadê a Ane nessa história?
Marjorie: Ela estava ficando com o Ezequiel.
Adalberto: Meu Deus. E aí?
Marjorie: Aí que, depois que a festa toda estava tentando conter a fúria da Lu, ele resolveu aparecer. Foi homem suficiente pra dizer que aquele não era ele. Mas não foi homem suficiente pra dizer que estava ficando com o outra prima.
Adalberto: E ela descobriu?
Marjorie: Descobriu.
Adalberto: E quem foi homem suficiente pra contar pra ela?
Marjorie: A irmã do Ezequiel. Ela odeia a gente até hoje.
Adalberto: A família inteira do Ezequiel resolveu ir a festa?
Marjorie: Pois é. Quando a Lu foi tentar bater na Ane, eu peguei a irmã do Ezequiel de jeito. Aí, eles meio que se meteram, uns caras vieram me defender a pista de dança virou um campo de batalha.
Adalberto: Jesus!
Marjorie: Eu sei que até a mãe do Ezequiel apareceu por lá. Foi buscar os filhos.
Adalberto: Esse povo com 30 anos na cara pede pra mão buscar na festa.
Marjorie: Adal, eles não tinham condições de andar.
Adalberto: E por causa desses idiotas vocês não estão se falando?
Marjorie: Eu não quero mais saber da Lu. Ela me agrediu. E a Ane foi uma omissa. Só apareceu, quando não tinha mais como escapar.
Adalberto: Só uma curiosidade: vocês foram fantasiadas de quê?
Marjorie: Diabinhas.
Adalberto: Ah, tá.
Nesse caso, eu não sei se foi a fantasia que influenciou a pessoa ou se foi a pessoa que influenciou a fantasia.
No Dia de Finados, estávamos eu, Sara e as diabinhas, acendendo vela pro vô Jerônimo. Elas choravam e se abraçavam em frente ao túmulo do vô, como nada tivesse acontecido dois dias atrás. Pareciam uma santas.
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
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