quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Sara entra pra auto-escola ou Pimenta (macaco e baliza) no cu dos outros é refresco

Na segunda-feira, quando botei os meus pés no trabalho, a Sara me ligou:

Sara: Conhece algum nome próprio masculino, com alguma semelhança a qualquer coisa relacionado a carro?

Adalberto: Hã?

Sara: Nome de homem que lembre alguma coisa de carro.

Adalberto: Sara, eu entendi o que você falou. Só não tô conseguindo fazer link disso com algum propósito.

Sara: Eu parei de treinar direção com o Oswaldo.

Adalberto: Eu te falei que aprender a dirigir com parente não dá certo. Antes de eu entrar pra auto-escola, eu treinei um dia com o meu pai e a gente quase se matou.

Sara: A gente quase terminou, por causa da baliza.

Adalberto: Mas é difícil mesmo. Até hoje, eu aplico as regrinhas que aprendi na auto-escola pra estacionar. Minha irmã já vai na intuição mesmo. E sempre acerta.

Sara: O problema não é a baliza, mas a Beliza.

Adalberto: Quem é Beliza?

Sara: Uma ex do Oswaldo. Você acredita que ele teve a coragem de me falar que sempre que alguém fala de baliza, ele lembra da Beliza?

Adalberto: Acredito.

Sara: Adal, você tá sabendo de alguma coisa?

Adalberto: Ah, Sara, não começa. Já te falei 300 mil vezes, que eu não tomo conta da vida do teu marido.

Sara: Então, primo, me fala o nome de alguma peça de carro, uma manobra, sei lá, qualquer coisa que lembre um nome masculino.

Adalberto: Babe, eu acabei de chegar no trabalho, tô cheio de sono.

Sara: Qual o problema?

Adalberto: A essa hora do dia, eu não sei nem quem eu sou.

Sara: Me ajuda, Adal. Eu começo na auto-escola hoje e preciso inventar um nome pro meu instrutor, e ficar falando dele toda hora, quando estiver no carro com o Oswaldo. Só pra ele ver como é bom...

Adalberto: Sarita, não faz guerra. Faça amor. Faça amor dentro do carro, pronto!

Sara: Com o instrutor da auto-escola?!

Adalberto: Não! Com o Oswaldo.

Sara: Ele não tá merecendo.

Adalberto: Garanto que essa recordação vai ser muito mais marcante pra ele do que a da baliza.

Sara: Ai, sei lá. Não tenho coragem.

Não tinha. Hoje, ela me ligou no mesmo horário:

Sara: Brigamos.

Adalberto: Por quê?

Sara: Nós transamos, ontem, dentro do carro na Praia da Reserva.

Adalberto: Peraí, vocês brigaram ou transaram.

Sara: As duas coisas.

Adalberto: Não foi bom?

Sara: Ai, Adal, isso não é coisa que se pergunte.

Adalberto: Então qual foi o motivo da briga?

Sara: Quando a gente estava indo embora pra casa o pneu furou. O Oswaldo foi pegar o estepe na mala, e, quando ele estava levantando o carro, eu tive a infelicidade de falar que o macaco é fundamental.

Adalberto: Mas é mesmo. Sem ele, não se consegue trocar o pneu.

Sara: Mas "Macaco" é como o meu instrutor da auto-escola é conhecido.

Adalberto: E o Oswaldo sabe disso?

Sara: Claro. Eu só falo do micos que eu pago no trânsito com ele, e que o Macaco merece ir pro céu por me aturar, que o Macaco isso, que o Macaco é aquilo...

Adalberto: Amore, antes ele se irritar com o Macaco, do que você se estressar com a baliza.

Ou em outras palavras: Pimenta no cu dos outros é refresco.

2 comentários: