sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Nada como um Jorgecson para curar a dor de cotovelo por um Jorgecson

Falei ontem com a Ane ao celular. Ela estava inconsolável.

Adalberto: Por que você quer se matar, Ane? Não começa.

Ane: Porque o meu carnaval foi uma merda.

Adalberto: Ué, mas não foi isso que você me falou na segunda.

Ane: Claro! Eu só conheci o Jorgecson na terça.

Adalberto: Quem é Jorgecson?

Ane: O amor da minha vida.

Adalberto: E os outros quinze, que você me disse que tinha pegado? Não rola de trocar o Jorgecson por um deles?

Ane: Não. Os outros quinze foram só uma limpezinha de pele.

Adalberto: E o Jorgecson é o quê? Um tratamento intensivo de estética?

Ane: O Jorgecson é tudo. É o sol, o mar, as estrelas, o ar, a terra, a fauna, a flora, o real, o virtual, o surreal, o infinito...

Adalberto: Ah, para, Ane! Como é que alguém pode ficar completamente apaixonada, por uma pessoa que conheceu na farra de carnaval?

Ane: Basta essa pessoa ser incrível. Adal, eu quero o Jorgecson para a vida toda. O que eu faço.

Adalberto: Não sei. Liga para ele.

Ane: Eu sou uma idiota e não peguei o telefone dele. Estava trêbada, louca e saí da casa do cara sem nenhum contato dele.

Adalberto: Ué, então, vai até a casa dele.

Ane: Eu fui, rodei o Méier inteiro, mas não consegui achar.

Adalberto: Qual é o nome da rua? De repente eu conheço.

Ane: Eu não sei, Adal. Nem isso eu vi. Mas eu achei que eu lembrasse como chegar. Gastei um tanque inteiro de combustível e nada.

Adalberto: Procura ele no Facebook. Não acho que devam existir muitos Jorgecson no mundo.

Ane: Existem um milhão de Jorgecson no Facebook, Adal. Cheguei no duzentos e noventa e cinco mil e cansei de procurar. Desisti.

Adalberto: Ah, então, se você desistiu, parte para outra.

E isso soou como o melhor conselho da vida dela. Ela desencanou do Jorgecson num átimo.

Ane: Obrigada, primo. Já nem sei mais quem é Jorgecson. Te amo.

Hoje, ela me ligou com uma boa notícia.

Adalberto: Ah, fala logo, porque ue sou péssimo para adivinhações.

Ane: Estou namorando o Jorgecson.

Adalberto: Jura? Como é que você conseguiu encontrá-lo?

Ane: No Facebook.

Adalberto: Ué, continuou com a busca.

Ane: Não. Ele é um daqueles duzentos e noventa e cinco mil.

Adalberto: Como assim, Ane? Que coincidência!

Ane: Coincidência por que, Adal? Enquanto eu buscava o Jorgecson naquela lista de um milhão de Jorgecson, eu, que não sou boba nem nada, cutuquei alguns Jorgecson, que achei gatinhos.

Adalberto: Que danadinha você, hein...

Ane: Não estou morta, meu bem.

Adalberto: Que bom. Tomara que dê tudo certo.

Ane: Já deu, primo. O Jorgecson é o amor da minha vida.

É... Enquanto há Jorgecson, há esperança.

Nenhum comentário:

Postar um comentário