quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Os "Born in the USA" acabam com o noivado da Marjorie, mas é vaquinha de estimação que paga o pato

Eu, Lu, Ane, Sara e Oswaldo fomos lá pra Caixa Prego, passar o último fim de semana na fazenda do ex-noivo da Marjorie, o Elymaciel. A ocasião era de festa, afinal, eles iam ficar noivos:

Marjorie: Tô feia? Tô me achando tão feia.

Adalberto: Ah, para! Feio é o Elymaciel. Você é linda.

Marjorie: Não fala assim do meu bebê.

Adalberto: Marjorie, eu tô te desconhecendo. Se não fosse namorar um cara velho, feio e cheio de filhos, ainda me chama o cara bebê?

Marjorie: Qual o problema?

Adalberto: Isso eu não permito. Jojô, você não acha esse noivado muito precipitado, não? Você se conhecem não tem nem um mês.

Marjorie: Garoto, vai logo se arrumar. Eu já tô, praticamente, pronta.

Adalberto: Ué, eu tô arrumado.

Marjorie: Com essa roupa? De bermuda surrada?

Adalberto: Bonitona, você esqueceu que a gente tá numa fazenda?

Marjorie: Ah, não. Pro meu noivado você não vai assim, não.

Adalberto: Mas tá tudo mundo muito simples. O Oswaldo também tá de bermuda surrada.

Marjorie: Não acredito.

Adalberto: A Sara e a Ane estão bem básicas também. E a Lu, se você vir a roupa dela, você cai pra trás.

Marjorie: Adal, vai lá agora e manda todo mundo trocar de roupa. Quero todo mundo arrumado. Não quero roupa de gala. Quero roupa de festa numa fazenda. É isso que eu quero. Só isso.

Pra ela que é estilista é fácil falar isso. Roupa de festa numa fazenda. Como é que é essa porra? Eu não sei.

E, pelo visto, as meninas também, não. Ninguém acertou. A gente pagaria muito menos mico, se fôssemos com a roupa que estávamos antes, porque TODO MUNDO foi bem basicão. Me senti um peixe fora d'água num cardume sem-noção com as minhas outras primas e o Oswaldo.

Ane: Se eu pudesse, ia embora agora.

Sara: A impressão que eu tenho é que tá todo mundo rindo da nossa cara.

Lu: Eu tô aqui puta da vida.

Adalberto: Eu falei que a gente tinha que vestir o que a gente trouxe. Vocês inventaram de ir em lojnha aqui nesse fim de mundo comprar roupa. Bem feito pra vocês. Bem feito pra mim também, que entrei nessa onda errada.

A Marjorie ficou decepcionado com o nosso look. Mas das duas uma: ou cagávamos solenemente pra ela ou mandávamos ela tomar no cu. Escolhemos por cagar solenemente pra ela.

Quando os filhos do Elymaciel chegaram, com as roupas adequadas pra ocasião, ela veio jogar isso na nossa cara:

Marjorie: Era assim que vocês deviam ter vindo. Isso que é roupa de festa na fazenda.

Respondemos um "ah, tá" sem a menor emoção. Melhor assim. Poupamos ela de um estresse bobo, já que o pior ainda estava por vir.

Sara: Legal que os filhos do Elymaciel vieram dos Estados Unidos, só pro noivado da Marjorie, né primo?

Adalberto: É. Legal também que eles vieram com a roupa certa, né? Já vão ficar bem na fita com a madrasta.

De repente, a confusão. Foi um quebra-quebra de cadeira, um voa-voa de garrafa, um puxa-puxa de cabelos, que dava até pra compor uma letra de foró. Quebra-quebra, voa-voa, puxa-puxa...

Brincadeiras à parte, a íntegra do motivo da farofada, que os filhos do Elymaciel causaram na festa de noivado da Marjorie, eu só fui ter ontem.

O Elymaciel tem oito filhos com mulheres americanas, nascidos e criados nos Estados Unidos. Quando o pai resolveu voltar para o Brasil, eles, com medo de perder contato com ele, passaram a infernizar qualquer relacionamento, em que o coitado se envolve. Eles se despencaram de lá da Pequepê, só pra arruinar o noivado do pai com a Marjorie. Bizarro, né? Mas essa é uma verdade que eu presenciei. Se alguém me contasse, eu não acreditaria. Palhaçada!

Ane: Você pretende fazer alguma coisa com eles, prima?

Marjorie: Não. Eu não sei nem onde eles moram lá nos Estados Unidos. Só tive tempo de aprender o nome deles. E olhe lá.

Lu: Já falei pra tu me passar, que eu peço pra minha vizinha macumbeira fazer um trabalho pra essa gente maldita, com uma galinha preta.

Adalberto: Gente, eu tenho medo dessas coisas. Isso bate e volta. Cuidado.

Sara: Também acho...

Marjorie: Tô cagando. Anota aí, Lu.

Lu: Me passa em ordem decrescente. Do mais velho pro mais novo. Isso é importante. E, se tiver irmão, me fala também.

Marjorie: Tá. É... Renata, os gêmeos Marden e Náira...

Ane: Gêmeos de nomes bizarros. De onde saíram esses nomes?

Adalberto: O da Náira deve ter saído da Nigéria.

Sara: Por quê?

Adalberto: É a moeda de lá.

Ane: Não sabia.

Sara: Nem eu.

Adalberto: Agora, o do Marden deve ser junção de dois nomes, tipo Marcos e Denise. Uma coisa bem cafona de casal que se ama.

Sara: Será?

Adalberto: Eu acho. Existe outro Marden no mundo? Não. Mas eu gostei. Dos dois nomes. Melhor do que Adalberto.

Marjorie: Gente, posso continuar?

Lu: Eu tô aqui esperando, igual a uma retardada. Fala logo.

Marjorie: Ruth, Thiago, Fellipe e as gêmeas Luciana e Luciane.

Ane: Falta de criatividade.

Marjorie: É mas ele chama elas de Latz e Letz. Será que não é melhor botar os apelidos?

Lu: Claro que não. Macumba é coisa séria. Não é palhaçada.

Sara: Poxa, ele tem dois pares de filhos gêmeos.

Marjorie: É. Mas parece que os outros também tinham irmãos gêmeos, mas que morreram por complicações no parto. A Ruth, por exemplo, era irmã da Raquel. O Elymaciel deu esses nomes, por causa da novela Mulheres de Areia. Só lembro, porque amei essa novela.

Ane: Amei essa novela!

Adalberto: Amei essa novela! O remake, claro. Não sou tão velho assim.

Sara: Prima, o Elymaciel perdeu foi filho, hein.

Ane: Tadinho.

Sara: Deve ter sofrido muito.

Lu: Prima, você tinha que ter me falado isso antes.

Marjorie: Muda alguma coisa?

Lu: Claro. Você não sabe que irmãos gêmeos são duas metades, que nasceram separados?

Adalberto: É?

Lu: Lógico, garoto.

Ane: Então, teria que colocar o nome dos bebês que já morreram também, né?

Marjorie: Mas eu não sei o nome de todos. Só o da Raquel mesmo. Mas eu também não quero fazer trabalho pra quem já morreu. Fora que eu não sei se os filhos mortos também iriam querer estragar o meu noivado.

Lu: Claro que sim. Acabei de falar que gêmeos são metades que nascem separados. É tudo igual, da mesma raça. Esses que morreram também não iam valer um centavo de Naira.

Sara: Da gêmea do Marden?

Lu: Não. Da moeda da Nigéria, sua burra.

Adalberto: Sabe o que eu acho?

Marjorie: Fala, primo.

Adalberto: Eu acho que o Elymaciel é que merece um trabalho daqueles. Como é que o cara permite uma confusão daquelas? Vamo aprontar uma com ele. Mas nada de transcendental, não.

Pela cara que a Marjorie fez, ela estava ovulando com o que eu falei. Acho que, o fato do Elymaciel ter tendência biológica a ter filhos gêmeos, pesou muito. A Marjorie nunca gostou de criança, pensava em ter um filho só e olhe lá.

Marjorie: Fala, Adal, qual é a sua sugestão?

Adalberto: Deixa comigo.

Eu gosto de ser bom e prego pela bondade do ser humano. Mas, quando eu sou ruim, eu sou criativo.

Lembrei de uma vaquinha, que o Elymaciel tinha na fazenda, a Meg. Ele costumava dizer que aquela vaquinha tinha um valor especial, que nunca ia matá-la pra comer. Parece que era dela o leite que a vozinha dele tomava. Só dela. Fofo, né?

A vozinha morreu em outubro de 2009. E a vaquinha... Que dia foi ontem mesmo, hein? Não importa. A Meg estava uma delícia. E o Elymaciel, inconsolável.

Mais vale uma vaquinha matando a minha fome, do que uma galinha preta numa encruzilhada.

Pra que desperdiçar uma galinha preta, se a gente pode comer uma vaquinha linda e cheirosa? É, porque, apesar de vaquinha, a Meg era linda e cheirosa. Deu até pena...

6 comentários:

  1. Adorei participar da inspiração para esta história... rsrsrs a vaquinha foi d+ !

    ResponderExcluir
  2. ahahahahahaha. só me diz, depois, qual dos americanos é vc.
    brigado.

    ResponderExcluir
  3. hahahahahaha, muito bom!
    Bombei muito como um dos filhos americanos insuportáveis do Ely... vou acompanhar sempre, agora é fato!
    =)

    ResponderExcluir
  4. viu que valeu a pena vc ter ido lá em ribeirão pires? conquistou sua vaga no blog. rs

    ResponderExcluir
  5. Adaalllll!!!!!!!!!!!!!!!!
    Amei os nomes ;)
    Beijocas =*

    ResponderExcluir
  6. ahahahahahaha. que bom! foi uma homenagem pra equipe aí de sp, os americanos. rs
    beijo!

    ResponderExcluir