Fui passar a tarde de um sábado chuvoso na casa da Lu, em Del Castilho. Vimos um filme do Telecine Pipoca, comemos pipoca e falamos de carnaval, Bahia, trio elétrico e... pipoca! Depois que o filme acabou:
Adalberto: Gostei.
Lu: Eu detestei!
Adalberto: Mas você chorou e tudo!
Lu: Eu acho que o Andrew tinha que acompanhar Janeth na viagem. Ele não disse que amava ela?
Adalberto: Disse. Mas ele tinha outras propostas pra vida dele.
Lu: Então, não mexesse com o coração da pobre coitada.
A campainha tocou (ainda bem!):
Adalberto: Ó, deve ser a Marjorie...
Lu: Ai, tem uma casquinha de pipoca me incomodando aqui na minha boca... Entra!
Marjorie: Olá!
Lu: E aí, gostosa?
Adalberto: E aí? Conseguiu, finalmente, sair da fábrica?
Marjorie: Ai, nem fala, Adal... Uma cliente tirou o dia pra encher o meu saco! Eu tive que redesenhar a alça de uma bolsa umas 300 vezes, até encontrar o que ela queria. E detalhe: ela escolheu o modelo mais cafona.
Adalberto: Isso não queima o seu trabalho?
Marjorie: Não. A bolsa não leva o meu nome. Leva o nome da loja dela.
Lu: Eu não sei por que você não cria a sua própria grife.
Marjorie: Porque eu não posso ficar famosa.
Lu: É... Eu não quero nem pensar o dia que desvendarem esse nosso segredo.
Marjorie: Nem eu. Vamo mudar de assunto?
Lu: E o nosso carnaval?
Adalberto: Vocês vão mesmo pra Bahia?
Marjorie: Então, os abadás pro tio da Ivete já foram todos vendidos.
Lu: Não acredito!
Adalberto: Mas agora também ta muito em cima...
Lu: Que merda!
Marjorie: Calma! Nem tudo está perdido. A gente vai ficar na Pipoca.
Adalberto: Mas é legal?
Marjorie: Não sei. Dá o triplo de gente, porque é de graça, mas acho que mesmo assim ta valendo.
Lu: Quanto mais gente melhor, prima! É mais homem!
Marjorie: Não é?
Adalberto: Jojô, acho que você não vai gostar.
Marjorie: Eu também já parei pra pensar nisso, mas Adal, eu nunca consigo tirar férias... Essa é a minha chance.
Lu: Também acho.
Marjorie: Fora que sempre foi um sonho meu ir pro carnaval da Bahia.
Lu: Então, vamo sem pensar em nada!
Adalberto: É! Vai sem medo de ser feliz, Jojô! A Lu eu sei que vai adorar. E a animação dela vai contagiar você.
Marjorie: Gente, vou pegar um pouco d´água e vambora logo, que o coquetel de inauguração da loja da Flavinha vai acabar cedo, e eu quero beber muito champanhe!
Adalberto: Vai trocar logo de roupa, Lu. Eu já to pronto.
Lu: Blusinha tomara-que-caia rosa bebê com saia jeans ou calça de stretch verde musgo com bata laranjinha?
Marjorie engasgou com a própria saliva:
Marjorie: Nenhum dos dois. Olha como eu to vestida, olha o Adal... Eu falei que o traje é esporte fino.
Ane: Essas minhas roupas não passam por esporte fino?
Adalberto: Não, Lu.
Marjorie: Claro que não! Calça de stretch?! Saia jeans?!
Ane: Então, eu não vou, pronto.
Marjorie: Tá bom. Vamos, primo. Eu não quero chegar lá na hora de ir embora.
Adalberto: Não quer passar no shopping e comprar uma roupa rapidinho?
Lu: Não, deixa pra lá... Não quero me estressar...
Marjorie: Eu falei com ela isso há mais de uma semana! Bora, Adal!
Adalberto: Tchau, Luluzinha. Dá beijo.
A Lu me deu o beijo mais sem emoção de 2010. Ainda bem que estávamos no começo do ano.
Adalberto: Cadê a Marjorie?
Lu: Já desceu... Aquela sem educação.
Adalberto: Vou lá, então, priminha. Beijo!
Lu: Tchau.
Mais tarde, na loja da tal Flavinha, quando já havíamos perdido a conta de quantas taças de champanhe tínhamos tomado, a Lu me entra na loja com uma amiga. Detalhe: ela estava vestindo blusinha tomara-que-caia rosa bebê com saia jeans e a amiga, calça de stretch verde musgo com bata laranjinha. Como não estávamos bêbedos o suficiente pra achar que aquilo era uma visão, saímos, à francesa, pela porta dos fundos da loja.
Marjorie: Tomara que ela não pergunte por mim. Nem diga que é minha prima!
Adalberto: É...
Marjorie: Com a Lu, só nos nossos encontros informais mesmo.
Adalberto: Ou na Pipoca do carnaval da Bahia...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário