domingo, 24 de janeiro de 2010

Confissões bombásticas do aniversário do Adalberto

Eu, Lu, Ane e Marjorie fomos comer um risoto de frutos do mar na casa da Sara, no Méier, e conversar sobre a minha festa de aniversário. Nós fizemos a refeição na sala de estar mesmo, e pegamos a comida direto da panela, na cozinha:

Adalberto: Acho que botei muita comida no meu prato. Olha isso!

Lu: Eu já acho que coloquei pouco. Ou é o meu olho que tá grande demais.

Ane: Também, com essa comida deliciosa...

Marjorie: Tá mesmo, Sarinha, parabéns!

Sara: É? Não tem mistério nenhum...

Adalberto: Mas pra quem não sabe nem ferver água, como eu, um risoto desse é quase o Terceiro Segredo de Fátima.

Ane: Podes crer, Adal.

Lu: E vou lá na cozinha pegar mais um pouquinho.

Sara: Traz um pouquinho de água pra mim.

Lu: Tá.

Sara: Ó, mas mistura a água da geladeira com o do filtro. Água gelada acaba com a minha garganta.

Ane: Mas, Adal, vamos falar da sua festa, garoto. O que foi aquilo?

Marjorie: Nossa, eu adorei, primo. Você estava de parabéns.

Sara: Tava mesmo. Eu não sabia que você era tão louco, primo.

Lu: Ah, eu já sabia! Toma aqui sua água, Sara.

Sara: Brigada.

Lu: Lembra aquela festa junina que você me levou? Eu tomei um susto quando vi você comandando a quadrilha. Mas fiquei orgulhosa também.

Adalberto: Ah, a opinião de vocês não conta.

Marjorie: Por que, não?

Adalberto: Porque vocês são minhas primas, ué.

Marjorie: Para de bobeira. Ó, eu não sabia dessa festa que você levou a Lu. Depois, vocês dizem que ele só me chama pra sair e esquece de vocês. Não gostei disso.

Lu: Ah, ficou com ciúmes?

Marjorie: Claro! Já que eu tô levando fama, eu quero deitar na cama!

Adalberto: Opa! Vamos parar com esse papo, que nós somos primos!

Ane: Então, Adal, fala da festa.

Adalberto: Vocês é que tem que me contar. Eu estava tão autista, dançando sozinho na pista de dança, como um louco, que nem conversei com as pessoas direito. E na hora do show, por mais que eu olhasse pras pessoas, eu não via ninguém de fato, sabe? Estranho...

Sara: Primo, você é uma figura.

Marjorie: Do tipo que se não existe isso, a gente inventaria.

Adalberto: Gente, vamo parar com essa babação e falar da festa?

Sara: Adorei a sua homenagem pra tia Neide. Chorei e tudo.

Marjorie: Ela também chorou. Tão fofa, né?

Lu: Ela adorou.

Adalberto: Que bom. Eu fiz aquilo, porque eu precisava fazer ela se sentir especial num aniversário meu, né? Eu nunca dei um primeiro pedaço de bolo pra ela...

Sara: Nunca, primo?

Ane: Nunca?

Adalberto: Gente, vocês tão malucas ou com amnésia? Não lembram dos meus aniversários?

Marjorie: Sabe que eu também nunca tinha percebido isso...

Lu: Nem eu!

Adalberto: Nossa, teve um ano que eu dei pra namorada de um primo meu, que eu tinha acabado de conhecer; já dei pra moça que tomava conta da vovó; pro tio Ruy, que era chato pra caramba e nunca ia imaginar que um dia alguém ia dar pra ele o primeiro pedaço de bolo...

Ane: Mas porque você nunca deu pra tia Neide?

Adalberto: Não sei. Acho que é falta de criatividade dar o primeiro de bolo pra pai e mãe.

Lu: Eu não acho.

Sara: Eu também, não. Acho que é uma forma de reconhecimento...

Adalberto: Eu sei, mas o problema é justamente esse! Todo mundo pensa assim e faz a mesma coisa! E o pior: todo ano!

Marjorie: Pior que é verdade. Todos os meus amigos sempre dão o primeiro pedaço de bolo pra mãe ou pro pai.

Adalberto: Sabe, a pessoa pode dar o primeiro pedaço de bolo pra mãe. Legal, ok. Mas fazer isso todo ano fica tão cansativo...Não é chato isso?

Sara: Ah, eu acho fofo.

Lu: Eu também. Mas vamo mudar de assunto?

Adalberto: Vamo!

Lu: Então, Você não vai acreditar com quem eu fiquei...

Adalberto: Ai, meu Deus!, com quem?

Lu: Com o Hélcio. O seu amigo do Martins.

Adalberto: Garota, mas ele tem namorada! A Mari!

Lu: E daí? A Marjorie ficou o Dayvid e a Ane ficou com o Janus.

Adalberto: Ã? Jojô, você...

Marjorie: Ah, primo, eu não resito a um bombonzinho.

Ane: E eu adoro um braquelo com cara de CDF.

Adalberto: Meu Deus! Eles são meus amigos há quase quinze anos. A gente estudou junto!

Ane: Então, o Janus era repetente, né? Porque ele é mais velho. De CDF só deve ter a cara mesmo...

Adalberto: Não, ele é marido da Bianca. Ela que é a minha amiga do colégio, e ele se tornou meu amigo, porque casou com ela.

Ane: Ah, tá.

Adalberto: Já o Hélcio e o Dayvid, estudaram comigo, mas é a mesma coisa: as namoradas deles se tornaram minhas amigas também.

Lu: O Hélcio pegou meu telefone.

Marjorie: O Dayvid também pegou o meu.

Ane: E o Janus, o meu.

Adalberto: Gente... E aí?

Marjorie: O Dayvid não ligou.

Lu: Nem o Hélcio.

Ane: Nem o Janus.

Adalberto: Ai, que bom!

Lu: Que bom? Eles só mostraram pra gente que homem é tudo igual.

Adalberto: Eles mostraram pra vocês que eles são casados e só queriam se divertir com vocês.

Sara: Eu não sei como essas meninas conseguem ficar com homem comprometido.

Ane: Porque eles são os melhores!

Marjorie: Na boa, Sarita, segura o teu homem, coloca ele na coleira, porque os casados são os melhores mesmo.

Sara: O Oswaldo que tome cuidado comigo! Uma coisa que eu não perdoo é traição.

Adalberto: Gente, eu tô chocado com vocês. Tá me dando até indigestão...

Lu: Ah, para a palhaçada.

Adalberto: Palhaçada, não! Isso é sério. Com tanto solteiro na festa...

Sara: É verdade. Do Martins mesmo tinham dois: O tal do Soutinho e o Procaci.

Adalberto: Pois é!

Sara: Eles bem que ficaram me olhando, sabia?

Adalberto: Mas eles são solteiros. Tudo bem...

Marjorie: Gente, esse papo tá chato.

Ane: Tá mesmo, vambora?

Lu: Vamo! Já comi, já bebi, agora, vou pra casa!

Adalberto: Eu vou ficar mais um pouquinho pra descansar o almoço.

Depois que Ane, Lu e Marjorie foram embora:

Sara: Mas, primo, você trouxe as fotos da festa?

Adalberto: Ah, Sarita, vamo deixar isso pra outro dia?

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