sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

O sonho intrigante de Sara

O telefone da minha casa tocou outro dia:

Adalberto: Alô.

Sara: Primo.

Adalberto: O que foi, Sarita?

Sara: Ai, primo, você não vai acreditar no que aconteceu...

Adalberto: Fala pra mim, meu amor.

Sara: Ai, primo, eu sonhei com o Oswaldo dizendo que nunca me traiu.

Adalberto: E daí? Isso não é bom?

Sara: Não! Não foi você mesmo que me disse que o sonho é o contrário do que acontece na vida real? Que se a gente sonhar que morreu é mais saúde, e sonhar com nascimento é morte?

Adalberto: Eu sei, lindona, mas não dá pra levar tudo ao pé da letra. De mais a mais, se isso fosse uma regra, a Dona Zizi nunca ia morrer.

Sara: Quem é Dona Zizi, Adal?

Adalberto: Aquela minha vizinha doida.

Marjorie: E o que é que ela tem a ver com isso?

Adalberto: Em todos os meus pesadelos, ela era assassinada por um bandido da capa roxa.

Sara: Eu lembro que você me contava isso. Vem daí o seu transtorno obsessivo-compulsivo contra o roxo, né?

Adalberto: Claro.

Sara: E não é que ela morreu...

Adalberto: Viu! Não existe nenhuma teoria concreta sobre o sonho, prima. Tudo o que é falado é balela.

Sara: Ah, agora, eu tô mais tranquila mesmo. Graças à Dona Zizi.

Achei engraçado.

Sara: Não ri, não, que a coisa é séria.

Adalberto: E eu não sei? Esse seu ciúme pelo Oswaldo é bizarro.

Sara: Mas ele também dá motivo, né, primo?

Adalberto: Eu não sei de nada. Em briga de marido e mulher, ninguém deve meter a colher.

Sara: Tá certo. Mas você, no fundo, no fundo, não acha que esse meu sonho quis me revelar o contrário do que tá acontecendo? Que o Oswaldo tá me traindo?

Adalberto: Sara!

Sara: Pode falar, primo, eu não vou contar pro Oswaldo o que você me disser. Só acho que entre nós tem que haver sinceridade, afinal, você é meu primo. Diz pra mim se você tá sabendo de alguma coisa, de alguma sacanagem dele comigo.

Adalberto: Sarita, eu tenho que desligar. Deixei batata fritando na panela, antes de atender o telefone, e, agora, a minha casa tá quase pegando fogo. Beijo.

E bati com o telefone na cara dela.

Sara: Droga! Não serve nem pra fazer batata frita...

2 comentários:

  1. Hahaha. Tu tá bombando, heim? Ribeirão Pires aflorando seu lado escritor.

    Adal! Vc me inspirou e decidi fazer algo que há muito queria fazer: fiz também um blog, só que para colocar todos meus trabalhos. É melhor que o site que tinha, já que não preciso pagar.
    Já estou te seguindo.
    Vai lá!

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