quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

O carinha do hipotálamo pequeno

Numa dessas segundas-feiras da vida, em que gente rica promove evento (parece que é só pra sacanear quem pega cedo pacas no trabalho, como eu), fui a um lançamento de coleção de bolsas no Fashion Mall, numa das lojas pra qual a Marjorie trabalha. Já dentro da loja:

Marjorie: Ai, primo, desculpa por essa bolsa?

Adalberto: Eu, não! Quem tem que ter vergonha por essa coisa estranha é você.

Marjorie: Ai, que horror, Adal!

Adalberto: Eu não ia falar nada, mas já que você reconheceu...

Marjorie: Essa alça não é fruto da minha imaginação.

Adalberto: É... Eu imaginei que, uma combinação dessas, tá muito aquém da sua criatividade.

Marjorie: Né? Quem sabe, daqui a uns vinte anos, isso não dê certo...

Adalberto: Eu arrisco uns cem anos pra isso dar certo!

Marjorie: Mas pra você ver... Só essa que ficou sem noção, né? Olha as outras como ficaram legais. Olha aquela ali. Ih, não olha, não. Vem pra cá. Corre!

Adalberto: O que foi?

Marjorie: O carinha do hipotálamo pequeno.

Adalberto: Ã?

Marjorie: Ah, ele só pode ser gay, primo.

Adalberto: Mas por que é que você sabe que ele tem o hipotálamo pequeno?

Marjorie: Você não viu a matéria do Fantástico, falando sobre isso?

Adalberto: Não.

Marjorie: Do tal do Le Vay, que descobriu que o hipotálamo dos homens heterossexuais é maior do que o dos homossexuais.

Adalberto: Tá bom, mas por que você tá com medo desse cara?

Marjorie: Porque ele é louco. Me levou prum motel, me apontou uma arma na cabeça e mandou eu cagar.

Adalberto: Ã?

Marjorie: Juro por Deus!

Adalberto: E por causa disso você acha que ele tem o hipotálamo pequeno?

Marjorie: Você não acha?

Adalberto: Eu acho que ele não tem vergonha na cara. Você cagou?

Marjorie: Lógico! Dá uma olhada. Vê se ele ainda tá lá.

Adalberto: Estava. Agora, ele tá vindo pra cá.

Marjorie fingiu que desmaiou e aquilo me pegou de surpresa, porque eu acreditei. E o pior: pedi ajuda pro carinha do hipotálamo pequeno. Eu e ele carregamos minha prima até o estacionamento do shopping e lá, ela gastou todo o couro da bolsa dela na cabeça do pobre coitado. Uma mulher qualquer jamais destruiria a sua bolsa por um homem que não vale a pena. Ela só deve ter feito isso, porque é designer de bolsas e tem uma fábrica. Certamente! Depois que o cara caiu desmaiado no chão (assim como toda bolsa de mulher, a da Marjorie estava com um carregamento pesado), pegamos o carro e fomos pra minha casa. Ainda no carro:

Adalberto: Claro que eu achei que você tinha desmaiado de fato, senão eu jamais pediria ajuda pro cara que você estava fugindo!

Marjorie: Ai, primo, você mandou supermal com isso.

Adalberto: Pelo menos, você teve a oportunidade de se vingar do carinha do hipotálamo pequeno.

Marjorie: É, me vinguei duplamente.

Adalberto: Como assim duplamente?

Marjorie: Não é só o hipotálamo dele que é pequeno...

6 comentários:

  1. Adalberto meu amigo!!vc por aki!!quer dizer eu por aki!!q o espaço é teu. Aqui é o Julierme,,
    Cara vc é maluko e só tem prima maluka q familia hein!!
    Tbm tenho um Blog e to te seguindo,, tbm to no twitter
    @papagaidepirata e
    @juliermemm
    Abs!! Cumpadi vei!!

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  2. essas primas não existem. o que existe é o meu saudosismo por "As Tias do Mauro Rasi". e, assim como ele, eu também sou personagem dos meus textos. ou seja, em comum ao Mauro Rasi, eu sou fanfarrão de mim mesmo. rs
    bom te ver. vou te marcar também.
    abs.

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  3. Adalba, vc está se superando. Já descobri a Marjorie,... kkk. Beijos.

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  4. muito show está ótimo quero ler algum texto teu (a promessa já vai fazer um ano para que eu receba)
    beijão
    Mar´Junior

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  5. Brigado, Mar´Júnior! Um elogio seu é um Senhor Elogio! Vou te mandar, sim, a minha peça! Abs.

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