terça-feira, 8 de junho de 2010

Taróloga leva pernada de Sara, mas justiça é feita

Era um feriado religioso, que eu não me lembro qual, quando a Sara apareceu do nada na minha casa:

Adalberto: Amoreca, que surpresa boa.

Sara: Ai, primo, nem te conto...

Adalberto: Ah, conta!

Sara: Fui lá naquela taróloga do Engenho de Dentro.

Adalberto: É? E aí?

Sara: Aí que ela me disse que o Oswaldo me ama.

Adalberto: Se você me pagasse, eu ainda te falaria mais.

Sara: É? O quê?

Adalberto: Que ele te ama, que ele te admira, que você é a pessoa mais importante da vida dele...

Sara: Ela ainda disse que ele nunca me traiu.

Adalberto: Viu?

Sara: O quê? Você acredita nisso?

Adalberto: Acredito.

Sara: Francamente, né, Adal.

Adalberto: O quê?

Sara: Você acredita mesmo nessa maluca?

Adalberto: Ah, sei lá...

Sara: Você tá sabendo de de alguma coisa? Me conta.

Adalberto: Sarita, eu já te falei mais de mil vezes, que eu não sei de nada. E não acredito mesmo que o Oswaldo te traia.

Sara: Jura?

Adalberto: Juro.

Sara: Tá falando sério?

Adalberto: Tô.

Sara: Então, eu acredito. Mas só porque é você que tá dizendo.

Adalberto: Viu? Se tivesse me pagado, ficaria tudo em casa. Essa taróloga se deu bem.

Sara: Que nada, coitada. Eu sustei o cheque, assim que saí de lá.

Adalberto: Sua louca! Por que você fez isso?

Sara: Porque eu queria ter batido naquela mentirosa. Mas pra evitar agressão, sustei o cheque daquela vigarista.

Adalberto: Não tô acreditando nisso, Sara.

Sara: Eu é que não acreditei em nada do que aquela safada me disse.

Adalberto: Então, por que você foi até lá?

Sara: Porque eu estava intrigada com uma coisas que o Oswaldo anda fazendo.

Adalberto: Mas ela não te esclareceu tudo?

Sara: Ela repetiu tudo o que você acabou de me falar.

Adalberto: Então, faz o seguinte: me dá o dinheiro que você deixou de pagar pra taróloga, porque eu não vim a esse mundo pra ficar dando a minha preciosa opinião de graça. Eu entrei no cheque especial esse mês. Tô precisando de dinheiro.

Sara: Tá bom. Eu vou te emprestar, mas, depois, você me paga.

Adalberto: Pago, sim. Fica tranquila.

Ela só esqueceu que ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão. Fui até a taróloga do Engenho de Dentro, inventei uma história triste sobre o cheque sustado e quitei a consulta da minha prima. E a Sara nunca mais viu a cor desse dinheiro, que ela me emprestou.

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