sábado, 13 de fevereiro de 2010

Prestadores de serviços de rua e suas consequências

Outro dia, assistindo ao BBB 10, o Bial perguntou se as mulheres casa já estavam menstruando no mesmo período. Aí, lembrei que não só o ciclo menstrual, mas as situações constrangedoras também acontecem ao mesmo tempo com mulheres que estão sempre juntas, como é caso das minhas primas... Ih, meu telefone:

Adalberto: Alô.

Ane: Primo, tô muito puta.

Adalberto: Por quê?

Ane: O carro da pamonha passou aqui na rua na hora que eu estava falando com o Amarildo no celular. Que vergonha! Eu desliguei na cara dele e agora não sei o que faço...

Cinco minutos depois:

Adalberto: Alô.

Marjorie: Primo, eu quero virar uma ema e enterrar a minha cabeça no chão.

Adalberto: O que é que aconteceu?

Marjorie: Sabe o Osmar? que ficou de me ligar pra gente sair desde o começo do mês?

Adalberto: O do New Civic azul turquesa?

Marjorie: Não. Esse é o Miguel. O Osmar é o do Corolla azul piscina.

A maioria dos caras que a Marjorie fica tem um carro muito foda de alguma tonalidade de azul.

Adalberto: Claro que lembro!

Mó mentira!

Marjorie: Logo hoje que eu vim na Ilha do Governador, resolver uns problemas, ele me liga.

Adalberto: Mas ele marcou de te encontrar agora?

Marjorie: Não, mas quando eu saí do cartório, um garoto maldito botou a cabeça pra fora de uma kombi e gritou: Peixaria, saída da Ilha, Bonsucesso, Praça das Nações: o preço do ônibus! Parecia que o recado era pra mim, primo!

Adalberto: Mas o Osmar sabe que não é pra você...

Marjorie: Mas ele ficou rindo.

Adalberto: E você? Fez o quê?

Marjorie: Desliguei o celular de vergonha.

Um minuto e meio depois:

Adalberto: Alô.

Lu: Primo, você não vai acreditar!

Adalberto: Será? Olha que, de você, eu sei que nada é impossível...

Lu: Lembra do Marquinho? Aquele cara que eu conheci no show da Alcione?

Adalberto: Acho que sim.

Lu: Sabe o vassoureiro que passa aqui na rua?

Adalberto: Hummm, já sei! Passou na hora que você estava com o ele ao telefone, gritando: vassoureiro, vassoureiro!

Lu: Não. O Marquinho é o vassoureiro!

Quase me mijei de tanto rir. Pena que tive que desligar pra atender a ligação da Sara, que aparecia como chamada em espera:

Sara: Adal, aconteceu uma coisa muito estranha.

Adalberto: O que foi, Sarita?

Sara: Eu estava discutindo com o síndico daqui do prédio...

Adalberto: Pra variar, né?

Sara: Não, escuta... Dessa vez era coisa séria. Ele estava me cobrando o condomínio de outubro, como se eu não tivesse pagado...

Adalberto: E aí?

Sara: Aí, que ele começou a me destratar no telefone.

Adalberto: Mentira!

Sara: Tô te falando... Ele me deixou tão perturbada da cabeça, que eu disse que só teria sossego na vida, quando ele morresse.

Adalberto: E aí? O que foi te falou?

Sara: Nada. O amolador de facas estava passando aqui na rua...

Eu não consigo acreditar que aquela máquina barulhenta de amolar facas tenha o poder exterminador de almas. Uma tia minha sempre corre pra pegar um terço, quando ouve o zumbido desse catreco, na segunda gaveta da cômoda, do quartinho dos fundos, da casa dela (já até sei!). O fato é que, pior do que as outras primas, que ficaram chupando dedo, foi Sara, sentindo-se culpada pela morte do vizinho, que, dias depois, descobrimos: ele só tinha batido o telefone na cara dela. Continuava vivinho da Silva.

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