Outro dia, assistindo ao BBB 10, o Bial perguntou se as mulheres casa já estavam menstruando no mesmo período. Aí, lembrei que não só o ciclo menstrual, mas as situações constrangedoras também acontecem ao mesmo tempo com mulheres que estão sempre juntas, como é caso das minhas primas... Ih, meu telefone:
Adalberto: Alô.
Ane: Primo, tô muito puta.
Adalberto: Por quê?
Ane: O carro da pamonha passou aqui na rua na hora que eu estava falando com o Amarildo no celular. Que vergonha! Eu desliguei na cara dele e agora não sei o que faço...
Cinco minutos depois:
Adalberto: Alô.
Marjorie: Primo, eu quero virar uma ema e enterrar a minha cabeça no chão.
Adalberto: O que é que aconteceu?
Marjorie: Sabe o Osmar? que ficou de me ligar pra gente sair desde o começo do mês?
Adalberto: O do New Civic azul turquesa?
Marjorie: Não. Esse é o Miguel. O Osmar é o do Corolla azul piscina.
A maioria dos caras que a Marjorie fica tem um carro muito foda de alguma tonalidade de azul.
Adalberto: Claro que lembro!
Mó mentira!
Marjorie: Logo hoje que eu vim na Ilha do Governador, resolver uns problemas, ele me liga.
Adalberto: Mas ele marcou de te encontrar agora?
Marjorie: Não, mas quando eu saí do cartório, um garoto maldito botou a cabeça pra fora de uma kombi e gritou: Peixaria, saída da Ilha, Bonsucesso, Praça das Nações: o preço do ônibus! Parecia que o recado era pra mim, primo!
Adalberto: Mas o Osmar sabe que não é pra você...
Marjorie: Mas ele ficou rindo.
Adalberto: E você? Fez o quê?
Marjorie: Desliguei o celular de vergonha.
Um minuto e meio depois:
Adalberto: Alô.
Lu: Primo, você não vai acreditar!
Adalberto: Será? Olha que, de você, eu sei que nada é impossível...
Lu: Lembra do Marquinho? Aquele cara que eu conheci no show da Alcione?
Adalberto: Acho que sim.
Lu: Sabe o vassoureiro que passa aqui na rua?
Adalberto: Hummm, já sei! Passou na hora que você estava com o ele ao telefone, gritando: vassoureiro, vassoureiro!
Lu: Não. O Marquinho é o vassoureiro!
Quase me mijei de tanto rir. Pena que tive que desligar pra atender a ligação da Sara, que aparecia como chamada em espera:
Sara: Adal, aconteceu uma coisa muito estranha.
Adalberto: O que foi, Sarita?
Sara: Eu estava discutindo com o síndico daqui do prédio...
Adalberto: Pra variar, né?
Sara: Não, escuta... Dessa vez era coisa séria. Ele estava me cobrando o condomínio de outubro, como se eu não tivesse pagado...
Adalberto: E aí?
Sara: Aí, que ele começou a me destratar no telefone.
Adalberto: Mentira!
Sara: Tô te falando... Ele me deixou tão perturbada da cabeça, que eu disse que só teria sossego na vida, quando ele morresse.
Adalberto: E aí? O que foi te falou?
Sara: Nada. O amolador de facas estava passando aqui na rua...
Eu não consigo acreditar que aquela máquina barulhenta de amolar facas tenha o poder exterminador de almas. Uma tia minha sempre corre pra pegar um terço, quando ouve o zumbido desse catreco, na segunda gaveta da cômoda, do quartinho dos fundos, da casa dela (já até sei!). O fato é que, pior do que as outras primas, que ficaram chupando dedo, foi Sara, sentindo-se culpada pela morte do vizinho, que, dias depois, descobrimos: ele só tinha batido o telefone na cara dela. Continuava vivinho da Silva.
sábado, 13 de fevereiro de 2010
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