quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Segredo de carnaval: Ane é traída por Paula Burlamaqui

Na terça-feira de carnaval, foi só eu ligar o meu celular, por volta das 15h, que ele tocou:

Ane: Oi, primo, pode falar?

Adalberto: Agora, sim.

Ane: Tô ligando desde cedo, mas só dava desligado.

Adalberto: Mas eu estava com o telefone desligado mesmo.

Ane: Por quê?

Adalberto: Porque eu assisto aos deslifes e acabo trocando o dia pela noite. Aí, eu deligo o celular pra ninguém me acordar.

Ane: Tá perto do computador?

Adalberto: Não. Mas ele tá ligado, porque eu tô fazendo fazendo o download do filme do Lula.

Ane: Ai, primo, que coisa feia!

Adalberto: Coisa feia é roubar, matar, trair...

Ane: Foi pra mim isso, é?

Adalberto: Por quê? Você roubou, matou ou traiu alguém?

Ane: Não mas fui traída.

Adalberto: Mentira!

Ane: Juro. Me arrependi de não ter ido pra Bahia com a Lu e a Marjorie.

Adalberto: Esse eu nem tive tempo de conhecer...

Ane: Não seja por isso. Já tá em frente ao computador?

Adalberto: Já.

Ane: Entra aí no Google e coloca Rodrigo Peirão mais Paula Burlamaqui.

Entrei num site qualquer de fofoca e vi mais do que imaginava: o suposto namoradinho da minha prima beijando a Paula Burlamaqui (essa era a parte que eu já imaginava) e a uma outra foto da atriz, com a cara mais lavada do mundo, chegando ao mesmo camarote com o namorado, o ator Daniel Alvim (essa é a parte que a minha imaginação jamais iria alcançar).

Adalberto: É... Nesse carnaval, não foi só o Paulo Barros que revelou alguns segredos...

Ane: Viu o safado?

Adalberto: Pelo menos, ele não te trocou por qualquer uma, né?

Ane: Pelo menos, isso também não vai sair barato pra ela.

Adalberto: O carinha é modelo, né?

Ane: É. O ordinário é modelo, sim!

Adalberto: E por que você não foi com ele pro camarote?

Ane: Porque ele não me chamou. Ele falou que ia visitar a vozinha dele que tava doente.

Adalberto: Essa da vozinha doente é antiga e não cola. Toda vozinha tem, pelo menos, um problema de coluna, uma artrose, uma artrite... Ou seja, tem problema de sobra pra ter um netinho 24 horas ao seu lado.

Ane: O pior é que eu acreditei.

Adalberto: Vivendo e aprendendo. Da próxima vez que alguém te der essa desculpa, você manda ir pastar.

Ane: Mas eu não posso generalizar, primo. Não posso acreditar que todo homem é igual, senão eu não vou poder mais acreditar no amor.

Adalberto: Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Nem todo homem é igual. Mas os que dizem que vão ficar com a vozinha doente em pleno carnaval...

Não consegui terminar a frase... Nem de segurar o riso.

Ane: Não ri! Eu tô sofrendo...

Adalberto: Não, não fica assim, lindona! Minha mãe sempre diz que é melhor a gente ser vítima a algoz, porque a vítima vai ter sempre como se defender.

Ane: Porra, que otimista a tia Neide, hein!

Adalberto: Mas eu concordo com ela. Prefiro ser traído a trair, ter o tapete puxado a puxar de alguém...

Ane: Nossa, primo, assim você me entrega de bandeja que leu Polyanna e Polyanna Moça!

Adalberto: Sabe que não! A Erika, aquela minha amiga da faculdade que você conheceu, sempre me fala desses livros. Mas eles me aparentam obras de autoajuda travestidas de romance. Não gosto!

Ane: Eu a-do-ro livro de autoajuda!

Adalberto: Eu não tenho paciência. Eu sei que uns até funcionam, mas eu acho perda de tempo.

Ane: Eu acho que eles podem ser úteis.

Adalberto: Então, você não tem nenhum livro que te ajude a reagir de maneira inteligente a essa traição?

Ane: Pior que tenho.

Adalberto: E aí?

Ane: Não me ajudou em nada.

Adalberto: Tá vendo. Livro de autoajuda só serve pra quem escreveu. E quando serve...

Ane: As minhas amigas vão me sacanear tanto.

Precisei compará-la com a Paula Burlamaqui, como tentativa de tranquilizá-la. E pior que adiantou:

Adalberto: Pelo menos, o número de pessoas que te conhece é infinitamente menor do que o da atriz que ele ficou. Ou seja, ela, provavelmente, vai ser muito mais sacaneada do que você.

Ane: É verdade... Ai, primo, isso que você falou até que me deixou bem. Acho que já até consigo sair de casa. Vamos ao shopping? Preciso fazer compras pra ficar melhor.

Adalberto: Vamos!

Ane: Passa aqui pra me pegar? Tô com preguiça de dirigir.

Adalberto: A gente vai ao RioSul mesmo?

Ane: É! Aqui pertinho... Vou tomar banho. Quando tiver chegando, dá um toque no meu celular que eu desço.

Adalberto: Tá bom. Beijo!

Ane: Beijo, primo, te amo!

Eu não imagina que um comentário nada consolador seria mais eficiente do que um livro de autoajuda. Minha mãe sempre que diz que mulher não se veste pra homem, mas pras outras mulheres. É verdade! É verdade também que, na hora da traição, não é o homem o traidor, mas a mulher que ficou com ele. No caso da minha prima, o traidor chama-se Paula Burlamaqui. E viva as mulheres!

3 comentários:

  1. me lembra muito o espetaculo q produzi e dirigi "Elas Pedem... Eles Dão!"

    Uma comédia de humor inteligente

    SERÁ UM GRANDE SUCESSO!!!!!

    Bjs
    Mar´

    ResponderExcluir
  2. brigado! que bom que isso não tá servindo só pra eu me divertir...
    beijo!

    ResponderExcluir
  3. Vou te mandar aquele "Minutos de Sabedoria" que o Bambam lia no BBB pra vc descobrir o que é autoajuda de verdade.

    Pollyanna e Pollyanna moça é pura cultura! Haha.

    Gostei da estória.
    bjo!

    ResponderExcluir